Bolsonaro diz não querer desgastar STF e, se for condenado, é ‘game over’

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que, se condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por seu suposto envolvimento na trama golpista de 2022, seria “game over”, pois não haveria mais recursos disponíveis. Durante uma entrevista ao UOL, ele expressou que não se sente confortável em desgastar a corte, ressaltando a imagem negativa que a população tem do Supremo.

Embora tenha elogiado Tarcísio de Freitas, apenas mencionou que muitos governadores ainda têm tempo até abril para se desincompatibilizarem para a disputa eleitoral, sem indicar um sucessor. Em relação ao encontro com o general Mário Fernandes, que está preso, Bolsonaro minimizou a gravidade do ocorrido e sugeriu que o plano para assassinar líderes políticos poderia ser visto como uma “novela”.

Em meio a questionamentos sobre seu ex-ajudante de ordens, Mauro César Cid, que fez uma delação premiada, Bolsonaro evitou afirmar se Cid mentiu, mas mencionou que ele teria sido torturado, utilizando termos que remete aos abusos da ditadura militar. O ex-presidente, defensor desse período, não descartou a possibilidade de que a delação não tivesse sido espontânea.

Recentemente, a Primeira Turma do STF aceitou por unanimidade a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro e outros sete acusados, abrindo caminho para um julgamento que deve ocorrer até o final do ano. A situação política de Bolsonaro se complicou após ser declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2023, sumindo as apostas entre seus aliados sobre a escolha de um novo candidato para as eleições do próximo ano.

A entrevista acontece em meio a uma tensão entre a Câmara dos Deputados e o STF, com o presidente da Câmara, Hugo Motta, acionando a corte em resposta à derrubada de uma manobra legislativa. Além disso, parlamentares estão avançando com uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que visa limitar decisões individuais dos ministros do STF, como resposta às recentes decisões da corte que afetaram a execução de emendas parlamentares.

Esse cenário turbulento ressalta a complexidade da relação entre os poderes, trazendo à tona questões sobre a legitimidade das ações judiciais e o futuro político de figuras como Bolsonaro. Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões sobre o assunto nos comentários.

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