A campanha para as legislativas em Portugal terminou nesta sexta-feira (16), com o primeiro-ministro Luís Montenegro, do conservador Aliança Democrática (AD), como favorito. Pesquisas indicam que a AD pode conseguir 34% dos votos, em contraste com 26% do Partido Socialista (PS). A extrema direita Chega pode alcançar 19%, solidificando sua posição como terceira força política do país.
De acordo com uma pesquisa da Universidade Católica Portuguesa, a AD pode conquistar até 95 cadeiras na Câmara, longe das 116 necessárias para a maioria absoluta. Montenegro pode acabar liderando novamente um governo minoritário, enfrentando tanto os socialistas quanto a extrema direita, com quem não pretende governar. O primeiro-ministro pediu um mandato mais sólido em um comício final em Lisboa, onde foi carregado por apoiadores que celebravam.
“O povo está farto de eleições, quer estabilidade”, afirmou Montenegro, destacando as constantes mudanças políticas em um curto período. As eleições antecipadas de domingo são as terceiras em mais de três anos, convocadas após a perda de uma moção de confiança no Parlamento devido a conflitos de interesse envolvendo sua consultoria.
A probabilidade de uma maioria absoluta para a AD parece improvável. Montenegro pode contar com apoio da Iniciativa Liberal, que tem 7% das intenções de votos. Ele está otimista quanto a um fortalecimento de sua base parlamentar, especialmente após ajustes nas aposentadorias e aumentos salariais para servidores públicos.
O candidato do PS, Pedro Nuno Santos, acusou Montenegro de evitar esclarecimentos sobre sua consultoria. Em seu comício, Santos prometeu a “mudança segura” que o país precisa.
A insatisfação com o cenário político é evidente entre os eleitores. Maria Pereira, uma vendedora, expressou descontentamento com os “jogos políticos”, enquanto Pedro Paulos, um motorista, planeja mudar seu voto para Chega, buscando uma “mudança real”. O governo de Montenegro intensificou políticas de imigração que eram mais abertas sob o PS, resultando em críticas por parte da esquerda.
Em meio à campanha, André Ventura, presidente do Chega, precisou suspender a campanha após desmaios em público. O cenário político continua em franca movimentação, refletindo as profundas divisões e as expectativas dos eleitores.
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