Em um desdobramento intrigante no cenário político argentino, o governo de Javier Milei decidiu desmantelar, nesta terça-feira (20), a comissão investigadora que apurava supostas fraudes ligadas à criptomoeda $LIBRA. A dissolução da comissão ocorreu após seu trabalho ser declarado cumprido, conforme um decreto no Diário Oficial.
A polêmica surgiu quando Milei, que promoveu o lançamento da $LIBRA em suas redes sociais, se viu envolvido em um escândalo que resultou em perdas significativas para investidores. Após o anúncio, a criptomoeda, inicialmente cotada a US$ 0,01, viu seu valor disparar para cerca de US$ 5, apenas para despencar em um colapso instantâneo após uma onda de vendas. A suspeita de uso de informações privilegiadas para liquidar ativos logo ganhou força.
A comissão, presidida pela chefe de assessores do Ministério da Justiça, havia sido criada após o escândalo estourar em fevereiro. A investigação abrangeu a coleta de relatórios da Comissão Nacional de Valores e do Banco Central, que foram enviados ao Ministério Público Fiscal. Este enredo, no entanto, se torna ainda mais complicado quando consideramos que o próprio presidente estava sob escrutínio. Milei, em sua defesa, declarou: “Não tenho nada a esconder… Eu não promovi, eu difundi”, complementando que não detinha conhecimento dos detalhes do projeto.
A repercussão deste caso se estendeu além das fronteiras argentinas, com investigações também sendo realizadas pela Justiça dos Estados Unidos. A juíza María Servini solicitou que o Banco Central fornecesse informações relativas a operações de Milei e da sua irmã, Karina Milei, que ocupa uma função presidencial. Relatórios sobre transações bancárias e linhas de ações ligadas à $LIBRA também foram requisitados.
Além disso, o Congresso argentino criou uma comissão parlamentar e convocou Guillermo Francos, chefe de gabinete, para esclarecer o ocorrido. Em sua audiência, ele negou as acusações de fraude, pedindo paciência ao público enquanto as investigações judiciais avançam. Personalidades como o ministro da Economia e o chefe da Comissão Nacional de Valores também foram chamados, mas optaram por apresentar desculpas por escrito em vez de comparecer.
As implicações deste escândalo ainda estão se desenrolando, e muitos se perguntam quais serão os próximos passos do governo e as repercussões dessa situação para o futuro político do país. O que você pensa sobre a dissolução da comissão investigadora e as explicações de Milei? Compartilhe suas opiniões nos comentários!
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