A Bahia tem uma realidade alarmante: desde 1991, o estado acumula 206 mortes devido a desastres naturais, posicionando-se como o 8º no ranking nacional. Esses números, coletados pelo Atlas Digital de Desastres, atualizado anualmente pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), revelam um quadro sombrio que vai além das vidas perdidas, alcançando mais de 219 mil feridos e enfermos ao longo de 34 anos de registros.
As informações mais recentes, publicadas na última terça-feira (20), cobrem o período de 1990 a 2024 e são coletadas a partir dos Formulários de Informações do Desastre (FIDE). Esses documentos, preenchidos pelos municípios, servem não apenas para registrar as ocorrências, mas também para solicitar o reconhecimento federal em situações de emergência ou calamidade pública.
Nos últimos 33 anos, a Bahia registrou 6.139 protocolos de desastres, a grande maioria (75,9%) relacionados a questões climatológicas. O impacto das circunstâncias hidrológicas, como enchentes, e meteorológicas, como tempestades, também é significativo, embora em menor escala, representando 21,5% e 0,57% dos casos respectivamente.
Entre os desastres climatológicos, a estiagem e a seca dominaram os registros, somando 4.459 casos, o que representa mais de 72% do total. As enxurradas, que frequentemente surgem após tempestades intensas, ocupam o segundo lugar com 530 registros. Outros eventos, como fortes chuvas, incêndios florestais e inundações, também geraram impactos significativos, todos contabilizados de maneira rigorosa pelo Atlas.
Além da tragédia dos óbitos, que teve seu pico em 2013, com 82 mortes, os desastres deixaram um rastro de feridos e desalojados. Para se ter uma ideia, de 1990 a 2024, cerca de 623 mil pessoas na Bahia enfrentaram as consequências diretas dessas calamidades, com o recorde de 146.906 desalojados registrado em 2021, especialmente em municípios do sul do estado.
Este ano, mais de 1,6 mil baianos foram impactados por diferentes tipos de desastres naturais. A atualização de 2024 trouxe uma nova contagem, incluindo o campo ‘outros afetados’, proporcionando uma visão mais completa dos danos causados pela seca, que anteriormente eram deixados de lado nos registros.
Se considerarmos a totalidade dos últimos 30 anos, aproximadamente 29,6 milhões de baianos enfrentaram algum tipo de desastre natural, um número que ultrapassa o total da população estadual atual. Esses dados nos forçam a refletir sobre a urgência de soluções eficazes e a conscientização sobre a preparação para desastres. O que você acha que pode ser feito para ajudar a combater esse cenário devastador na Bahia?
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