Comércio pressiona governo por revogação de portaria que limita funcionamento aos domingos e feriados

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

Na busca por um funcionamento mais flexível, representantes do comércio se reuniram com o Ministério do Trabalho nesta terça-feira (3) para debater os efeitos da Portaria nº 3.665/2023. Essa normativa, que já foi adiada três vezes, exige que a abertura de estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados seja previamente negociada com sindicatos, deixando de lado a autorização automática. Para os empregadores, isso significa um novo fardo: a necessidade de firmar acordos coletivos antes de escalar profissionais para esses dias, ou correr o risco de enfrentar penalidades e ações judiciais.

A advogada Priscilla Pacheco, especialista em Direito e Processo do Trabalho, explica que o não cumprimento dessa norma pode resultar em autuações pelo Ministério do Trabalho, além de implicações financeiras. “Muitas convenções coletivas exigem contrapartidas, como pagamentos extras ou folgas compensatórias, e as empresas precisam se adaptar com antecedência”, alerta Pacheco. Em um setor onde fins de semana e feriados são cruciais para a receita, essa obrigatoriedade é vista como uma ameaça ao crescimento e à competitividade, especialmente para pequenos e médios empreendimentos.

Considerado um dos pilares do emprego formal no Brasil, o comércio gerou 336.110 novas vagas em 2024, com um crescimento de 3,28% em relação ao ano anterior, segundo o Novo Caged. Em fevereiro de 2025, o setor adicionou mais 46.587 empregos, refletindo sua relevância econômica. Os empresários argumentam que restringir o funcionamento nos dias de maior movimentação econômica contraria o desenvolvimento e a geração de oportunidades.

Diante desse cenário, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) pede a revogação imediata da norma. O presidente Alfredo Cotait ressalta que a portaria infringe a autonomia dos trabalhadores, que enxergam nos turnos alternativos uma chance de aumentar sua renda. “Nos domingos e feriados se concentram as melhores vendas. Os comerciantes precisam de liberdade para gerar mais renda”, enfatiza Cotait.

A implementação da Portaria nº 3.665/2023 está agendada para o dia 1º de julho, mas os empresários permanecem esperançosos de que o diálogo com o governo resultará em mudanças ou até na revogação da normativa. Eles reforçam que qualquer regulamentação deve respeitar a liberdade econômica e a realidade enfrentada pelos empreendedores brasileiros.

E você, o que pensa sobre essa discussão? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre a portaria e suas implicações para o comércio!

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Réveillon em Copacabana terá show de drones e novidades na queima de fogos

Resumo: Réveillon 2026 no Rio de Janeiro acontece em Copacabana com grandes shows, mais balsas de fogos, reforço de segurança, operação do Metrô...

Veja vídeos do incêndio em colégio histórico de Santa Maria (RS)

Incêndio de grandes proporções atinge o Colégio Marista Santa Maria, no centro de Santa Maria (RS), nesta sexta-feira, 26 de dezembro de 2025....

Incêndio destrói Colégio Marista Santa Maria, no Rio Grande do Sul

Incêndio de grandes proporções atingiu o Colégio Marista Santa Maria, no centro de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Até...