O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um importante passo ao abrir um novo inquérito contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A medida inclui uma ordem ao Banco Central para que forneça detalhes sobre os valores e remetentes das transferências via Pix recebidas pela parlamentar nos últimos 30 dias. Essa ação é parte de uma investigação sobre possíveis crimes de coação e obstrução de justiça.
Além de solicitar informações ao Banco Central, Moraes determinou que a Polícia Federal monitore as redes sociais de Zambelli e de pessoas próximas para preservar evidências relevantes. A deputada deverá prestar depoimento em um prazo de dez dias. A investigação foi motivada por declarações recentes de Zambelli em uma entrevista no YouTube, onde afirmava estar fora do país, levando a Procuradoria-Geral da República a pedir sua prisão preventiva.

Essas declarações resultaram na autorização de sua prisão e na solicitação à Interpol para inclusão do nome de Zambelli na lista de procurados. Enquanto a deputada se encontra fora do país, Moraes permitiu que ela envie suas respostas por escrito, já que o interrogatório presencial não será viável no prazo estipulado.
Zambelli começou a pedir doações via Pix em suas redes sociais após a condenação pelo STF, alegando não ter condições de arcar com as multas judiciais. Em um vídeo, afirmou ter recebido mais de R$ 166 mil, montante que, segundo ela, serviria para cobrir sua condenação.
“Essa é uma batalha por todos nós”, disse a deputada, declarando enfrentar os processos com determinação e alegando ser alvo de perseguição política.
A condenação de Zambelli inclui uma pena de 10 anos e oito meses de prisão por sua participação em um esquema de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. O julgamento mostrou que ela havia colaborado com o hacker Walter Delgatti Neto em uma ação que envolvia a publicação fraudulenta de um mandado de prisão contra Moraes.
Zambelli, por sua vez, recordou em seu vídeo um episódio em que foi flagrada perseguindo um homem armado, que também resultou em sua condenação por porte ilegal de arma. Além disso, citou estar enfrentando mais de 20 ações na Justiça Eleitoral por disseminação de informações falsas, com apoio financeiro vindo de seu pai, que chegou a vender o carro para ajudá-la.
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