Em uma nova reviravolta nas questões judiciais envolvendo políticos, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet Branco, fez um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de maior clareza nas regras do foro privilegiado. Esta solicitação, feita na última segunda-feira (2), surge após uma decisão do STF, em março, que alterou o entendimento anterior sobre o tema, permitindo que a Corte mantenha a competências para julgar casos envolvendo parlamentares mesmo após o término de seus mandatos.
Anteriormente, senadores e deputados perdiam automaticamente o direito ao foro privilegiado ao deixarem seus cargos. Agora, com a nova abordagem, o STF pode reavaliar essas circunstâncias, o que, segundo o PGR, necessita de aprimoramentos. Em seu argumento, Gonet destacou que muitos processos já avançaram em outras instâncias, apresentando riscos de retrocessos e atrasos se transferidos de volta ao STF.
“Em vez de trazer mais eficiência, a aplicação automática da nova regra tem gerado os mesmos problemas que se buscava evitar”, expressou o PGR, ressaltando que juízes que já acompanharam a produção de provas estão mais equipados para decidir sobre esses casos. O objetivo de Gonet não é questionar a decisão do STF, mas sim regulamentar com mais precisão a transição de competências entre as instâncias judiciárias.
Este debate se intensificou a partir de uma investigação iniciada em 2016, envolvendo uma ex-senadora acusada de corrupção passiva em contratos de uma empresa portuária no Espírito Santo. O caso, inicialmente submetido ao STF por conta do foro privilegiado, teve sua competência questionada após o término do mandato da parlamentar, resultando em sua transferência para a Justiça estadual.
Com a recente decisão do STF, a Corte tornou-se responsável por julgar crimes relacionados ao exercício do cargo mesmo após o fim do mandato. A nova regra foi definida para vigorar imediatamente sobre todos os casos ativos no país, garantindo que apenas os atos processuais já concluídos sob a norma anterior não fossem afetados.
O recurso do procurador será analisado pelo ministro relator, Nunes Marques, e, caso não seja aceito, Gonet pede que o tema seja debatido pelo Plenário da Corte. O que você pensa sobre essa mudança nas regras de foro privilegiado? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão!

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