Cassações em massa podem fortalecer esquerda e dificultar gestão Nunes

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As cassações que ameaçam o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e a bancada do PP na Câmara Municipal de São Paulo podem desencadear uma reviravolta na política local. Se essas medidas forem implementadas, a oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) poderá ganhar três cadeiras, elevando seu número total para 21, em um Legislativo que conta com 55 vereadores.

O PP enfrenta um processo com a intenção de anular a chapa eleita, composta por figuras como Janaína Paschoal e Major Palumbo. O foco da ação é uma denúncia de fraude relacionada à cota mínima de 30% para candidaturas femininas. O Ministério Público Eleitoral já se posicionou favoravelmente à cassação, enquanto o PP nega quaisquer irregularidades.

Enquanto isso, na última sexta-feira (30/5), Rubinho Nunes teve seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral devido à veiculação de um laudo falso que insinuava o uso de drogas por Guilherme Boulos (PSol), candidato à Prefeitura em 2024. Embora essa decisão não tenha efeito imediato e o vereador planeje recorrer, seu destino na Câmara está incerto até o trânsito em julgado.

Novas Possibilidades no Jogo Político

Conforme análise do advogado eleitoral Paulo Mello, ao confirmar a cassação de Rubinho Nunes, a União perderia uma cadeira, acabando com mais de 100 mil votos, mas ainda manteria seis cadeiras. A vaga seria “herdada” por Manoel Del Rio (PT), que obteve 30.292 votos. Isso pode ocasionar uma realocação de cadeiras, beneficiando a Federação Brasil da Esperança (PT, PV, PCdoB) com a nova inclusão de Del Rio.

Caso a cassação da chapa do PP também avance, o número total de votos invalidados chegaria a 456.994, incluindo os votos de Rubinho Nunes e os do PP. Assim, não apenas Del Rio, mas também Débora Lima (PSol) e Dr. Edson da Paiol (PSB) conquistariam cadeiras, solidificando o aumento da oposição.

O cenário se tornaria ainda mais interessante considerando a atual vaga de Paulo Frange (MDB), que resultou na ascensão de Nunes Peixeiro, próximo da lista com votos suficientes para assumir seu lugar. Isso sublinha a dinâmica complexa e estratégica do sistema proporcional, onde as alocações de cadeiras dependem de diversas regras e quocientes eleitorais.

Uma das novidades seria a possível inserção de Dr. Edson da Paiol, cuja candidatura atenderia todos os requisitos legais, garantido seu lugar caso se confirmem as cassações de Rubinho e do PP.

Desafios para a Base Governista

Esse aumento na oposição poderá complicar ainda mais a já delicada situação da base governista. Com os vereadores expressando descontentamento e falta de diálogo com a administração municipal, Nunes decidiu fortalecer sua equipe, nomeando Gilberto Nascimento (PL) como vice-líder do governo.

Nascimento terá a missão de facilitar a comunicação entre as demandas dos vereadores e a gestão, numa tentativa de evitar a deterioração das relações na Câmara. “Aqui não existe líder e vice-líder; existe uma equipe na liderança do governo”, ressaltou o líder Fábio Riva (MDB), enfatizando a importância da colaboração para um diálogo construtivo.

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