FERROLIGAS
Gigante baiana: a maior produtora de ferrocromo da América, avaliada em mais de R$ 32 bilhões
09/06/2025 – 6:00 h

Unidade produtiva da companhia, localizada em Pujuca –
José Carvalho teve seu destino traçado em um encontro inesperado com pedras de cromita durante sua graduação em Engenharia de Minas na década de 1950. Essas rochas, oriundas de Campo Formoso, na Bahia, despertaram sua curiosidade e, anos depois, se tornariam a base de um império. Após diuturnas jornadas em busca de financiamento e terras, José fundou a Companhia de Ferro Ligas da Bahia em 1961 – a Ferbasa.
O filho primogênito, José Eduardo, hoje com 68 anos, acompanhou o pai em sua trajetória por décadas. Ele cresceu imerso na cultura da extração e produção e possuía grandes expectativas em relação ao legado familiar. No entanto, a história tomou um rumo inesperado.
Sou o maior arquivo vivo da Ferbasa e quero retornar à fundação idealizada por meu pai.
José Eduardo não exagera: a Ferbasa hoje detém o título de maior produtora de ferrocromo da América, com ativos que vão além da mineração, incluindo reflorestamento e energia. No entanto, um evento crucial em 1975 transferiu a direção da empresa para a Fundação José Carvalho, blindando seu patrimônio e originando uma complexa linha de sucessão.
Após a morte de José em 2015 e a interdição judicial por Mal de Alzheimer em 2007, José Eduardo se viu à mercê de um sistema que lhe sonega seus direitos. Seu acesso à fundação, onde deveria encontrar espaço como herdeiro, tornou-se uma ficção. Mesmo ao ser nomeado conselheiro, sua voz foi silenciada, relegando-o à mera figuração.
Meu pai idealizou tudo e se dedicou incansavelmente. Era um verdadeiro império.
Desde a interdição do pai, os novos diretores mudaram o estatuto da fundação, criando cargos remunerados e restringindo a participação da família Carvalho. José Eduardo questiona as intenções por trás dessa mudança e afirma que o afastamento é apenas o primeiro passo em uma batalha por sua herança e pelo legado de seu pai.
Após sua exclusão do conselho em 2012, José Eduardo recorreu ao sistema judiciário para obter acesso aos documentos da fundação. Ao descobrir irregularidades, ele lutou contra a injustiça que paira sobre a Ferbasa. Recentes decisões judiciais lhe garantiram o direito a uma parte significativa do capital social da empresa, mas a fundação ignora as determinações da Justiça.
“Por que eles escondem documentos se não têm nada a temer?”, questiona José Eduardo. Ele não busca apenas seus direitos financeiros, mas também a revitalização dos projetos sociais que seu pai criou e que têm se perdido com a administração atual. Essa missão vai além das finanças; trata-se de um compromisso com a identidade e a herança de Carvalho.
A história de José Carvalho deve continuar. Sua obra merece vida longa.
No entanto, a luta de José Eduardo não é apenas por ações ou dinheiro. Ele quer devolver à fundação a essência do que seu pai idealizou. O que está em jogo é a missão social da Ferbasa, que carece de atenção e renovação. O foco em gerar lucro não pode eclipsar o compromisso com as comunidades que dependem do bem-estar promovido pelas entidades que seu pai fundou.
Se você tem alguma opinião ou experiência a compartilhar sobre a história da Ferbasa e a batalha de José Eduardo, deixe seu comentário e contribua para essa discussão importante.
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