“Órfã de mãe viva”: ex-testemunha de Jeová foi rejeitada por genitora

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No universo fechado das Testemunhas de Jeová, a desassociação não é apenas um ato de separação espiritual, mas uma verdadeira condenação ao isolamento. Lara do Prado de Sousa, uma jovem de 28 anos, enfrenta o pesado fardo desse abandono. Criada na religião, ela foi batizada na adolescência, mas seu desejo de questionar doutrinas e sua bissexualidade a levaram a ser expulsa da congregação, resultando na dolorosa ruptura com a própria mãe, que continua fiel às crenças. Para Lara, essa perda é como ser “órfã de uma mãe viva”.

Ainda vivendo sob o mesmo teto que sua mãe quando foi desassociada, Lara foi rapidamente instruída a se distanciar, seguindo a rigorosa recomendação da igreja. “A partir do momento em que você sai de casa, o laço deve ser interrompido por completo.” A dor de saber que sua mãe a excluiria pesava em seus pensamentos, tornando a situação ainda mais dolorosa. Desde então, apenas três encontros ocorreram entre elas, uma realidade que gera um luto contínuo.

A dor é palpável: “Eu chorava muitas noites. A ideia de perder minha mãe me consumia. Sofri com a morte do meu pai, e agora lido com a morte da relação com minha mãe. Sei que, se um dia eu decidir me casar, ela não estará presente por conta da religião dela”, desabafa.

Lara não está sozinha em sua história. Muitas ex-testemunhas vivenciam situações semelhantes de isolamento. Companheiros e parentes frequentemente são levados a romper laços com aqueles marcados pela desassociação. Nesse cenário, a autônoma acredita que sua mãe também sofre com a separação, mesmo que não expresse isso. “Aparentemente, quem se distancia acredita estar cumprindo a vontade de Deus, mas na verdade, isso causa uma dor imensa”, explica.

A busca de Lara por reestabelecer conexões familiar tem sido árdua. Embora tenha perdido o contato com a mãe, está trabalhando para reconstruir vínculos com irmãs e parentes que foram corroídos pelo isolamento. Na visão da religião, qualquer um que não compartilhe da mesma fé é considerado “má companhia”, ampliando a solidão. Para Lara, romper esse silêncio sobre as práticas abusivas da instituição é crucial. “O ostracismo é uma das formas mais cruéis de controle”, argumenta.

Lara, assim como outros, enfrenta crises emocionais profundas após a saída da organização, podendo chegar a pensamentos suicidas. O desamparo se torna uma sombra constante, alimentada pela crença de que estão condenados por contrariar os princípios da igreja. Sua trajetória é um poderoso relato sobre a coragem de buscar liberdade, mesmo que isso signifique enfrentar as dores mais profundas.

Como você se sente ao ouvir histórias como a de Lara? Compartilhe sua opinião e experiências nos comentários. Sua voz é importante!

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