Nos últimos anos, a Bahia tem assistido a um crescimento alarmante no número de divórcios. Um estudo elaborado pelo Grupo de Pesquisas Judiciárias do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) revela que entre 2018 e 2023, as ações de divórcio aumentaram em impressionantes 108,07%. O relatório analisou 127.367 processos e destaca não apenas a variação acentuada durante a pandemia de COVID-19, mas também a prevalência de divórcios consensuais que, embora sejam mais simples, ainda passam pelo crivo judicial.
Curiosamente, apesar das tentativas de tornar o divórcio menos burocrático — como a possibilidade de realizá-lo em cartório mesmo para casais com filhos menores — a via judicial permanece como a mais utilizada para a dissolução de casamentos. Em 2022, por exemplo, 81,1% dos divórcios no Brasil foram realizados através do Judiciário, conforme dados do IBGE. Na Bahia, essa tendência se reflete nas Varas de Família, onde os processos de “Dissolução” representam expressivos 20,09% do total de ações, liderando as demandas.
A análise dos dados mostra que entre 2018 e 2019, o número de processos de divórcio saltou 61,04%. Com a chegada da pandemia em 2020, houve uma queda de 33,27%, mas essa movimentação foi seguida de uma recuperação em 2021, que registrou um aumento de 32,66%, e novos crescimentos em 2022 com 30,01% e em 2023 com 12,26%. Os meses de maior atividade se concentraram entre maio e agosto, com um pico significativo em agosto, alcançando 13.495 processos.
Embora a maioria dos divórcios na Bahia tenha sido consensual, com 52,30% dos casos, a proporção de litígios é preocupante, atingindo 30,90%. Notavelmente, apenas 11,74% dos divórcios consensuais foram tratados em unidades de conciliação, evidenciando uma lacuna na busca por soluções pacíficas e menos conflituosas.
Como este cenário evoluirá nos próximos anos? O que a experiência de muitos casais pode nos ensinar sobre a complexidade do amor e do compromisso? Sua opinião é importante! Compartilhe suas ideias e experiências nos comentários.
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