Mensagens reveladoras, agora em posse da Procuradoria-Geral da República (PGR), apontam para a atuação de Policiais Militares (PMs) do Pará em um esquema de saques milionários e transporte de grandes quantias em dinheiro. O deputado federal Antonio Doido (MDB-PA) é investigado como o suposto mentor dessas operações, levantando questões sobre desvios de verbas públicas e a utilização de recursos para compra de votos nas futuras eleições e corrupção de agentes públicos.
Essas revelações emergiram após a prisão do PM Francisco Galhardo, detido enquanto realizava um saque de impressionantes R$ 5 milhões na cidade de Castanhal, apenas dois dias antes do primeiro turno das eleições municipais de 2024. As investigações da PGR apontam que Galhardo não atuava sozinho; ele estava em contato constante com outros PMs, que, segundo descrição, faziam parte de um grupo no WhatsApp chamado “Segurança AD”.
O grupo servia não apenas para organizar escalas de trabalho, mas também para planejar a segurança operacional das retiradas. Entre março de 2023 e outubro de 2024, Galhardo realizou 15 saques, totalizando cerca de R$ 48,8 milhões, sendo R$ 26 milhões somente na iminência das campanhas eleitorais. Os documentos indicam que as retiradas seguiam um protocolo preciso: Galhardo se apresentava nas agências com cheques emitidos em nome da esposa de Doido, sempre acompanhado de outros PMs que garantiam sua segurança.
Um dos relatos mais insidiosos envolve um saque de R$ 6 milhões em 26 de setembro de 2024. Galhardo escalou quatro policiais para a operação, detalhando a logística através de mensagens de áudio, que indicavam uma meticulosa organização por trás das ações. Outra mensagem sugere que um PM, identificado como Israel, também estava envolvido em um saque anterior, demonstrando o intrincado emaranhado de relações entre os policiais e o deputado.

O modus operandi das operações é alarmante: durante o saque de R$ 5 milhões, além da presença de outros PMs, Galhardo comunicou um terceiro policial para verificar a segurança nas estradas, evitando assim barreiras de fiscalização. As mensagens revelam um planejamento meticuloso para garantir a segurança no transporte do dinheiro.
Com a ordem de Doido registrada, Galhardo ficou responsável por entregar R$ 380 mil a um indivíduo chamado Geremias, seguindo diretamente as instruções do parlamentar. A resposta desse último, solicitando o dinheiro, apenas confirma a teia de corrupção e cumplicidade que liga os envolvidos.
Em resposta a esses fatos, a Polícia Militar do Pará declarou que está instaurando um processo administrativo para investigar as acusações, reafirmando seu compromisso com a ética e a legalidade. A defesa do deputado, por sua vez, repudiou o vazamento de informações, alegando que todas as questões levantadas são infundadas e que Doido está pronto para colaborar com a justiça.
O desfecho dessa investigação pode trazer à tona uma rede de corrupção mais ampla, incluindo o papel de figuras políticas e agentes de segurança, desafiando as estruturas de poder e confiança que deveriam existir em nosso sistema democrático. O que você pensa sobre essas revelações? Compartilhe suas opiniões nos comentários!
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