Cilada: criminosos armavam “dates” para roubar e extorquir vítimas

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Na manhã de terça-feira, 17 de junho, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) lançou a Operação Cilada, desvendando uma organização criminosa que se especializava em atrair vítimas através de aplicativos de relacionamento. O alvo preferencial? A comunidade LGBTQIAPN+, que se tornou uma estratégia macabra para praticar roubos e extorsões violentas. A operação resultou na execução de 20 mandados de busca e apreensão e na prisão temporária de oito suspeitos.

De acordo com a investigação da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), os criminosos elaboravam perfis falsos em plataformas de namoro, marcando encontros em locais isolados e mal iluminados, especialmente nas quadras 423 e 425 de Samambaia. Ao chegarem ao ponto de encontro, as vítimas eram surpreendidas por dois ou três assaltantes armados, que as levavam para áreas afastadas e as agrediam fisicamente.

Além do roubo de pertences, sob ameaças severas, as vítimas eram forçadas a realizar transferências bancárias. Quando o saldo da conta era considerável, os assaltantes mantinham as vítimas reféns durante a noite, usando o tempo até o amanhecer para esvaziar as contas, contornando os limites de transferência noturna.

Cadeia criminosa organizada

A PCDF destacou que a quadrilha possuía uma estrutura bem definida: alguns membros atraíam as vítimas, enquanto outros executavam os crimes, e outros ainda eram responsáveis pela movimentação dos valores ou revenda dos objetos roubados. Em pelo menos duas situações, veículos levados durante os assaltos foram utilizados em outros delitos antes de serem abandonados.

No período de novembro de 2024 a junho de 2025, 36 vítimas formalizaram denúncias, embora a polícia estime que o número real seja maior, devido ao medo e à vergonha que muitos sentem ao se manifestar. Os suspeitos enfrentam acusações de organização criminosa, extorsão qualificada e roubo agravado, podendo acumular mais de 40 anos de prisão.

Com o apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE), Divisão de Operações Aéreas (DOA) e da Seção de Operações com Cães (SOC/DOE), a operação é um forte sinal do compromisso da PCDF em proteger a comunidade LGBTQIAPN+. “Reiteramos a importância das denúncias para evitar a continuidade desse tipo de crime”, afirmou a corporação em nota.

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