Recentes avaliações da inteligência dos Estados Unidos desafiam as declarações otimistas do presidente Donald Trump, que afirmava que os ataques americanos ao Irã “obliteraram completamente” suas instalações nucleares. O The New York Times e a CNN Internacional destacam que, enquanto Trump celebrou os ataques de 21 de junho, análises mais detalhadas revelam uma realidade bem diferente.
Durante uma coletiva, Trump declarou que “danos monumentais” foram causados às instalações nucleares iranianas, utilizando imagens de satélite para sustentar sua afirmação. Contudo, documentos classificados da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) indicam que, embora os bombardeios tenham sido severos, as estruturas subterrâneas críticas não foram destruídas. O impacto real poderá retardar o programa nuclear em apenas alguns meses, não anos, como sugerido pelo presidente.
As informações apontam que os ataques selaram entradas das instalações Fordow e Natanz, mas não colapsaram seus interiores subterrâneos. O relatório da DIA sugere que, se o Irã decidir produzir uma bomba nuclear, o processo levaria menos de seis meses, uma diferença significativa em relação aos três meses que se esperava antes dos bombardeios.
Fontes da CNN Internacional relatam que grande parte do urânio enriquecido do Irã foi relocada antes dos ataques e que as centrífugas permanecem intactas, com a possibilidade de que material nuclear tenha sido transferido para instalações secretas, não atingidas na operação. Enquanto isso, Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, continuam afirmando que as instalações foram “totalmente destruídas”.
O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, admitiu que é “muito cedo” para avaliar o impacto real, ressaltando que os ataques foram planejados para “degradar severamente” a infraestrutura nuclear e não eliminá-la totalmente.
Rejeição da Casa Branca
A Casa Branca desqualificou os relatórios, atribuindo a “vazamentos” a tentativas de “menosprezar Trump”. Karoline Leavitt, porta-voz da presidência, insistiu que as bombas de 13,6 mil kg utilizadas causaram “destruição total”. Ela também criticou a avaliação da DIA, mencionando que um “perdedor anônimo” da comunidade de inteligência vazou informações consideradas ultrassecretas.
Informações israelenses, compiladas pela CNN, indicam que os danos em Fordow foram menores do que o esperado. Contudo, autoridades em Israel acreditam que a combinação de ataques de seu país e dos EUA pode ter retardado o programa nuclear iraniano em até dois anos, desde que o Irã não reinicie a construção das instalações, uma ação que Israel está determinado a impedir.
O foco de Israel agora permanece em Gaza. Eyal Zamir, chefe das forças armadas israelenses, decretou que os esforços contra o Irã foram encerrados, passando a concentração operacional para Gaza. Em suas observações, Zamir exaltou a conquista alcançada, mas enfatizou a necessidade de permanecer alerta frente a novos desafios, declarando que “não há tempo para descansar sobre os louros”.
O que você pensa sobre essa divergência entre as declarações do presidente e a avaliação das agências de inteligência? Compartilhe sua opinião nos comentários!
“`
Comentários Facebook