Em um cenário marcado por tensões, a ministra da Agricultura da França, Annie Genevard, não poupou críticas à Comissão Europeia, acusando-a de querer “impor” um acordo comercial com os países do Mercosul. Enquanto a proposta prevê que a Europa possa exportar carros, máquinas e bebidas destiladas, a contrapartida é a facilitação da entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos no mercado europeu.
A indignação de Genevard ressoou forte ao afirmar que “os Estados não foram realmente envolvidos na negociação, e os agricultores ainda menos”. Durante uma coletiva, ao lado do homólogo polonês, Czes?aw Siekierski, ambos manifestaram suas preocupações, ressaltando que a falta de diálogo com os Estados-membros pode comprometer a eficácia do acordo.
Ela alertou sobre a necessidade de uma maioria qualificada para a aprovação do texto e a incerteza a respeito de condições favoráveis no Conselho. Vários países, incluindo Hungria, Áustria, Irlanda e Itália, expressaram suas reservas. No entanto, a indecisão sobre se absteriam ou votariam contra pode minar as tentativas de bloqueio do tratado.
Genevard mencionou a possibilidade de uma declaração conjunta com o ministro italiano para fortalecer a oposição ao acordo e enfatizou a urgência do assunto, especialmente após um responsável da Comissão indicar que a proposta poderia ser aprovada até o final de junho. A ministra não hesitou em afirmar que, caso o acordo fosse pressionado, poderia haver protestos por parte dos agricultores.
Além disso, o impacto da proposta na Política Agrícola Comum (PAC) foi destacado como uma preocupação adicional. Genevard revelou que propôs uma “cláusula automática” que garantiria limites rigorosos para resíduos de pesticidas em produtos importados, reafirmando a necessidade de proteção dos agricultores europeus em meio a um cenário de competição acirrada.
Por fim, a ministra alertou sobre os riscos à PAC, mencionando especulações sobre a fusão de fundos que poderiam comprometer seu orçamento e caráter comum, um tema que continua sem comunicações oficiais da Comissão. A pressão sobre as negociações e os desdobramentos desse acordo merecem acompanhamento atento.
Quais são suas opiniões sobre os riscos do acordo Mercosul-UE? Você acha que a França e outros países conseguirão impedir este avanço? Compartilhe suas ideias nos comentários!
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