Anúncios de veículos com preços irresistíveis e promessas de financiamentos facilitados. Era assim que uma quadrilha em Ceilândia, no Distrito Federal, atraía suas vítimas de diversos estados do Brasil. A trama enganosa se desenrolava nas redes sociais, onde as conversas convincentemente elaboradas davam a ilusão de uma compra segura.
Após semanas de investigação, a 15ª Delegacia de Polícia finalmente desmantelou o esquema em uma operação chamada Falso Finan, resultando na prisão de cinco suspeitos, enquanto um deles permanece foragido. Um dos presos foi flagrado em tentativas de fuga, portando R$ 80 mil em espécie e uma arma furtada.
Os golpistas operavam sob a fachada da loja Alfa Motors Prime, localizada na QNM 16 de Ceilândia Norte, prometendo veículos que jamais seriam entregues. A estratégia deles era simples, mas eficaz: usar sites como OLX e plataformas sociais como Facebook e Instagram para rechear suas ofertas com documentos falsificados, fotos atraentes e vídeos convincentes.
Após a primeira interação, as vítimas—geralmente de classe média e baixa de estados como Goiás, São Paulo, Bahia e Piauí—eram incentivadas a realizar um pagamento inicial de R$ 5 mil, sob a falsa promessa de que isso garantiria a aprovação do financiamento. Contudo, o carro nunca chegava, e o discurso mudava, alegando que o valor era, na verdade, uma taxa para uma “consultoria financeira”, levando muitas vítimas a nunca reaverem o dinheiro pago.
Durante as buscas, os policiais apreenderam celulares, notebooks e até um Golf vermelho, que era utilizado repetidamente no golpe e já havia sido “vendido” fraudulentamente pelo menos seis vezes. Todo o material será periciado, na esperança de identificar o total de vítimas e o montante movimentado pelo grupo.
Uma Estrutura Marcada pela Divisão de Tarefas
A quadrilha possuía uma organização bem definida, com funções específicas para cada membro. Marcos Vinícius da Silva Viana, Ericles Queiroz de Oliveira e Joyce Larissa Alves Rodrigues eram os coordenadores, encarregados de treinar os “vendedores”. Maria Gabriele Oliveira dos Santos, ainda foragida, recebia os pagamentos via Pix. Larissa Coimbra Costa atuava na pós-venda, contatando as vítimas com desculpas e promessas de reembolso. Guilherme Silva Pereira participava das negociações, constando em múltiplos boletins de ocorrência.
Os envolvidos enfrentarão acusações de organização criminosa, com penas que podem variar de 3 a 8 anos, além de estelionato, onde a punição pode chegar a 5 anos por vítima. Como os crimes foram realizados pela internet e afetaram muitas pessoas, as penas totais podem ultrapassar décadas de prisão.
A Polícia Civil instiga aqueles que negociaram com a Alfa Motors Prime e não receberam seus veículos a se comunicarem com a 15ª DP ou a denunciarem anonimamente pelo número 197. Informações sobre o paradeiro de Maria Gabriele também podem ser reportadas através deste canal.
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