Os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE, revelam um panorama fascinante sobre a fecundidade entre as mulheres brasileiras e sua relação com a religiosidade. A pesquisa, que analisou mulheres com 12 anos ou mais e considerou os filhos nascidos vivos até 31 de julho de 2022, destacou que as mulheres evangélicas lideram com uma média de 1,7 filhos por mulher, superando a média nacional de 1,55.
Por outro lado, as mulheres espíritas mostram uma realidade distinta, com uma média de apenas 1,0 filho por mulher. Católicas e aquelas sem religião apresentam números semelhantes, com 1,5 filho cada. As religiões afro-brasileiras, em contrapartida, variam entre 1,2 e 1,4 filho. Esses dados não apenas ressaltam diferentes padrões de fecundidade, mas também refletem a diversidade cultural do país.
Outro aspecto relevante do levantamento é a diferença na idade em que as mulheres tornam-se mães de acordo com suas crenças. As evangélicas tendem a dar à luz entre 25 e 29 anos, enquanto as católicas e as mulheres sem religião seguem um padrão semelhante. No entanto, as mulheres espíritas muitas vezes optam por esperar até os 30 e 34 anos para a maternidade, destacando uma tendência de postergar a chegada dos filhos.
Conforme apontado por especialistas do IBGE, a religiosidade desempenha um papel importante, mas não age de maneira isolada. Fatores como escolaridade, condição econômica, pertencimento racial e localização geográfica estão interligados e influenciam diretamente o comportamento reprodutivo das mulheres. Essa conexão complexa revela que a fé e a fecundidade não existem em um vácuo, mas sim em um contexto multifacetado.
Os dados de 2022 confirmam uma tendência demográfica crescente: a redução contínua da fecundidade e o adiamento da maternidade. Entretanto, o olhar detalhado por religião indica que esses processos são desiguais entre os diferentes grupos populacionais. As mulheres ligadas a religiões com forte presença entre as classes populares, como o segmento evangélico, continuam a ter mais filhos em idades mais jovens. Já aquelas em contextos de maior escolaridade e renda, como as espíritas, frequentemente escolhem adiar a maternidade.
Este retrato apresentado pelo Censo não apenas ilustra a relação entre fé e fecundidade, mas também destaca como fatores sociais e econômicos moldam a dinâmica familiar no Brasil. E você, o que pensa sobre as influências da religiosidade na vida das mulheres? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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