Uma operação devastadora realizada pela Polícia Civil e pelo Departamento de Inteligência de Roraima desmascarou uma quadrilha que promovia “rinhas de luta” com adolescentes. Sob a promessa de recompensas financeiras, os criminosos aliciavam jovens de 12 a 17 anos, transformando suas vidas em um verdadeiro espetáculo de violência e exploração na periferia de Boa Vista.
As investigações, que se estenderam por dois meses, revelaram que as redes sociais eram a principal estratégia utilizada para atrair as vítimas. Convites e desafios circulavam em grupos privados, seduzindo crianças em situação de vulnerabilidade. A gravidade da situação se intensificou quando uma menina de apenas 13 anos foi oferecida como “prêmio” ao ganhador de uma luta. A polícia, ao investigar um dos suspeitos, encontrou a adolescente, que mantinha um relacionamento com ele, configurando uma grave violação dos direitos humanos e da legislação específica para a proteção de menores.
O delegado Leonardo Strunz, à frente do caso, descreveu essas lutas como práticas barbaras, distantes de qualquer conceito de esporte. “É uma luta selvagem, sem técnica, que expõe e explora esses jovens”, afirma. Imagens que circulam na internet revelam a brutalidade das disputas: jovens se agredindo em campos de futebol, enquanto apostas eram feitas por espectadores alheios ao drama em que os adolescentes estavam imersos.
O Ministério Público investiga se existe uma rede criminosa ainda maior operando por trás dessas lutas. O promotor de Infância e Juventude, José Rocha Neto, listou os crimes em apuração, que incluem corrupção de menores, lesão corporal, tortura, estupro de vulnerável e associação criminosa. As investigações continuam, buscando entender a dinâmica da organização e como os eventos eram divulgados publicamente, mesmo diante de tantos riscos.
Esse triste episódio revela um lado obscuro das redes sociais: o que se inicia como um convívio virtual pode rapidamente se transformar em um ciclo de violência e sofrimento para aqueles que não deveriam viver tal realidade. Ao tomarmos conhecimento desse problema, que sejamos inspirados a agir e proteger nossos jovens. Compartilhe essa notícia e contribua para a conscientização sobre a segurança e os direitos das crianças e adolescentes.
Comentários Facebook