ARTIGOS
Jerônimo Rodrigues, Governador da Bahia

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A chegada da BYD à Bahia, com um investimento de R$ 5,5 bilhões, marca um novo rumo para a economia do estado. Constituindo-se na primeira fábrica da montadora chinesa fora da Ásia, o início da montagem de veículos neste 1º de julho não apenas simboliza uma sonhada recuperação da indústria local, mas também promete gerar mais de 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Assim, a transição da petroquímica para a eletromobilidade está em pleno curso, atraindo novos fornecedores e potencializando toda a cadeia de valor.
A Bahia se destaca como um eixo de desenvolvimento, com o governo estadual atuando como um motor de justiça social e inclusão. Camaçari se posiciona no cenário global da indústria limpa, abrindo portas para inovações que colocam a sustentabilidade em primeiro plano. Essa transformação já repercute na economia nordestina, com a alavancagem de renda, melhor logística e energias limpas interligadas sob o esforço coletivo dos governos e do Consórcio Nordeste.
Os dados corroboram essa dinâmica vigorosa. De acordo com o IPC Maps 2025, o Nordeste deve movimentar R$ 1,5 trilhões em consumo este ano, correspondendo a 18,6% do total nacional—um montante quase vinte vezes superior aos investimentos realizados na região pelo programa Bolsa Família. É essencial frisar que o Nordeste é muito mais que um espaço de assistência social, tendo gerado um PIB de R$ 1,4 trilhões em 2022 e aproximadamente meio milhão de novos empregos formais em 2024, impulsionados pela economia verde e infraestruturas.
O Novo PAC, com um aporte de R$ 320 bilhões para o Nordeste, financia rodovias, moradias, escolas e internet de alta velocidade, criando um ambiente favorável a negócios sustentáveis. Na Bahia, esse recurso inclui R$ 97 bilhões para a duplicação de estradas e expansão de sistemas de esgoto em 53 municípios.
No coração dessa revolução estão pessoas talentosas e criativas, transformando desafios em oportunidades e perpetuando a cultura local. Desde agricultores que integram energia solar em suas atividades até jovens que navegam pelo mundo digital, todos estão contribuindo para a construção dessa nova economia nordestina.
O Programa Baiano de Transição Energética (Protener) aloca R$ 10 bilhões para energias renováveis, destacando a Bahia como líder em energia eólica e solar no Brasil. Experiências semelhantes estão se espalhando por todo o Nordeste, reforçando essa transição energética.
Em uma recente visita à China, apresentei our case baiano a investidores, e os resultados já começam a aparecer: a Bahiafarma, em parceria com a Hotgen, fabricará materiais de saúde, enquanto a BYD e seus fornecedores buscam produzir até 80% das peças dos carros elétricos localmente, criando assim uma expectativa de 10 mil novas vagas. Além disso, fundos asiáticos já sinalizam investimento na Ponte Salvador–Itaparica.
O verdadeiro desenvolvimento se concretiza quando a energia limpa ilumina nossos lares, o emprego garante alimento na mesa, e as estradas pavimentadas facilitam o acesso à educação. A experiência baiana, cada vez mais absorvida pelo Nordeste, demonstra que atrair investimentos, proteger o meio ambiente e incluir os marginalizados podem , de fato, coexistir harmoniosamente.
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