Proposta de secretários pede prisão para advogado envolvido com facção

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O Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp), sob a liderança de Sandro Avelar, secretário de segurança do Distrito Federal, apresentou uma proposta ambiciosa. Ela visa criminalizar o uso indevido da advocacia por membros de facções criminosas, com pena de 3 a 8 anos de reclusão, acompanhada de multa, para advogados que facilitem a comunicação entre criminosos, especialmente dentro de presídios.

Esse anteprojeto de lei é um pilar do esforço mais amplo do Consesp de aprimorar a segurança pública no Brasil. Ele tipifica a atuação de advogados como intermediários que transmitem ordens ou informações que auxiliem atividades criminosas. No cerne dessa proposta, está a intenção de coibir práticas já identificadas por autoridades, que mostram a instrumentalização da advocacia para manter o comando de ações criminosas, mesmo a partir do sistema prisional.

A medida busca equilibrar a defesa técnica legítima e a luta contra a criminalidade, garantindo que a defesa regular, incluindo o trabalho de defensores públicos, não seja punida. Além disso, o texto propõe uma estrutura mais robusta para o sistema de segurança, considerando uma série de alterações legislativas necessárias.

A expectativa é que essas mudanças sirvam como medida dissuasória, reforçando a necessidade de um controle mais rigoroso sobre a advocacia utilizada de forma abusiva por organizações criminosas. O anteprojeto será apresentado ao governo federal após discussões no iLab, um evento que reunirá diversos agentes de segurança pública em Brasília, abordando problemas prementes da segurança nacional.

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Entre os antecedentes da proposta está a reestruturação do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (CNSP), visando uma governança mais técnica e menos suscetível a interesses políticos. Além disso, a proposta de compensação financeira aos estados pelo combate ao tráfico de drogas promete assegurar que as ações estaduais sejam recompensadas adequadamente, após operações bem-sucedidas.

Outra proposta significativa busca institucionalizar a cooperação entre diversos órgãos e as polícias judiciárias, eliminando os entraves burocráticos que dificultam investigações colaborativas. As novas legislações incluem também a criação de tipos penais específicos para proteger agentes do estado e punir delitos relacionados ao crime organizado, incluindo extorsões e o uso de tecnologias financeiras para facilitar atividades ilícitas.

O texto se dedica ainda a tipificar a obstrução da Justiça, permitindo uma punição mais severa para aqueles que tentam dificultar investigações. Além disso, inova ao criar o crime de “domínio de cidades”, tratando de situações em que grupos armados ameaçam a segurança pública de grandes áreas urbanas.

Com essa proposta, o Consesp reafirma seu compromisso com a luta efetiva contra a criminalidade, ressaltando a necessidade de um sistema de segurança mais robusto e eficaz. Em vez de encarar a advocacia como um obstáculo, a iniciativa busca diferenciá-la, comprometendo-se com a legalidade e a justiça, enquanto combate o uso indevido por organizações criminosas.

Essas mudanças representam um passo significativo para enfrentar a criminalidade organizada. O que você pensa sobre essa proposta? Deixe seu comentário!

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