Três núcleos comandam crime organizado em presídio da Polícia Civil

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Um levantamento revelador da Corregedoria da Polícia Civil fez emergir uma teia de corrupção e crime dentro do Presídio Especial da Polícia Civil, localizado na zona norte de São Paulo. Após a apreensão de celulares, drogas, dinheiro e anabolizantes, três “células criminosas” compostas por policiais foram identificadas como coordenadoras de ações ilícitas neste ambiente. A chegada de dez novos policiais entre setembro e fevereiro alterou dramaticamente a dinâmica da população carcerária, segundo reporta o Metrópoles.

Os policiais Valmir Pinheiro, conhecido como Bolsonaro, e Valdenir Paulo de Almeida, o Xixo, são os protagonistas dessa trama. Ambos foram presos em setembro por suas supostas ligações com o PCC, sendo acusados de receber propina para encerrar investigações sobre tráfico de drogas. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) aponta que eles receberam R$ 800 mil de João Carlos Camisa Nova Júnior, um narcotraficante, para arquivar investigações sobre o envio de cocaína à Europa.

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As investigações revelaram que a propina era paga mensalmente por advogados do PCC entre 2020 e junho de 2021, resultando no arquivamento de apurações significativas e na paralisação de inquéritos do Departamento de Narcóticos (Denarc). Vinícius Gritzbach, um delator do PCC assassinado em novembro, teria informado os policiais sobre a localização de casas-cofre onde milhões de reais eram armazenados.

Extorsão milionária e conexões mortais

Um segundo núcleo inclui o delegado Fábio Baena Martin e o investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro, também sob investigação pelo assassinato de Gritzbach. A eles se juntam outros investigadores, todos respondendo por corrupção e organização criminosa, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.

A perigosa realidade revela que, além de desvios financeiros, o policial Cyllas Salerno Elia Júnior foi recentemente preso, investigado pela atuação de fintechs ligadas ao crime. Cyllas, fundador do 2GO Bank, já estava sob suspeita de movimentações financeiras fraudulentas que ultrapassaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos.

Drogas e corrupção dentro das grades

O terceiro núcleo inclui o investigador-chefe Cléber Rodrigues Gimenez, responsável por uma rede de vendas de drogas desviadas das apreensões da Polícia Civil. Com a ajuda de outros investigadores, ele estabeleceu um esquema que opera dentro e fora do presídio, comprometendo a segurança da unidade.

As apreensões recentes de 30 celulares, R$ 32.705,91, facas, computadores e drogas revelam a gravidade da situação. A chegada dos dez policiais causou uma “cisão e turbação” nas normas carcerárias, impactando drasticamente a rotina antes ordenada da unidade.

A Corregedoria alerta para o crescente poder financeiro desses núcleos, que criaram “tentáculos” para operar do interior para o exterior do presídio. Este cenário gera preocupações sobre possíveis fugas, com andamentos que poderiam culminar na escavação de túneis.

Atualmente, 86 policiais civis estão encarcerados no local, com 66 em regime fechado. Essa situação marca um ponto crítico na luta contra a corrupção e o crime organizado dentro das instituições responsáveis pela segurança pública. O que você acha dessa drástica realidade? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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