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Confira o editorial do Jornal A TARDE de hoje
Por Redação
07/07/2025 – 2:00 h

Encontro do Brics, no Brasil, no domingo –
A produção e difusão do conhecimento têm sido pilares fundamentais do Brics, destacando o Brasil como um importante centro de pesquisa entre nações emergentes. Entre 2000 e 2024, a participação brasileira em publicações científicas disparou mais de dez vezes. No entanto, um fenômeno curioso foi observado: uma queda inesperada nos números, conforme revelou o professor Odir Dellagostin, da Universidade Federal de Pelotas.
Analisando dados da base “Scopus”, considerada o maior repositório de resumos e citações, Dellagostin contabilizou menos de 100 mil artigos assinados por brasileiros em um total de 2 milhões publicados pelo Brics. O declínio entre 2022 e 2023 coincide com um período de retração no número de pós-graduados, marcado por cortes orçamentários na educação que afetaram o desenvolvimento acadêmico desde 2019.
Além dos cortes, o cenário de escassez de empregos na área acadêmica também contribui para essa desaceleração, refletindo a falta de interesse por carreiras científicas com remuneração justa. Outro aspecto relevante é a tendência de profissionais brasileiros buscarem parcerias nas renomadas universidades europeias e americanas, ao invés de explorar as oportunidades internas do Brics, onde a inteligência e o talento estão crescendo.
A prova dessa dinâmica é a ascensão da Índia e da China como novos polos de saber, superando não apenas os EUA, mas também muitos países europeus no ranking mundial de produção acadêmica. Para que o Brasil recupere sua posição de destaque nas duas primeiras décadas do Brics, é essencial que as autoridades acadêmicas e governamentais adotem estratégias eficazes para revitalizar a ciência, alinhando-a à soberania nacional.
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