O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiu suspender, de forma imediata, a greve dos professores da rede municipal de Lauro de Freitas. A ordem foi emitida pelo desembargador José Cícero Landin Neto, que considerou a paralisação como sendo ilegal e abusiva. Essa medida foi desencadeada por uma ação da prefeitura local, que questionava a greve iniciada em 3 de julho.
Em sua decisão, o desembargador não apenas ordenou que os professores retornassem às suas atividades, mas também impôs uma multa diária de R$ 1 mil ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Lauro de Freitas (Asprolf) em caso de descumprimento. Além disso, veda qualquer bloqueio que possa prejudicar o funcionamento das escolas.
A importância dessa decisão é refletida nas palavras do magistrado, que ressaltou a necessidade de equilibrar o direito de greve com outros direitos fundamentais, como o da educação. Ele explicou que a interrupção das aulas afeta gravemente o serviço público essencial, prejudicando milhares de alunos, especialmente em relação ao acesso à merenda escolar.
“Para muitos estudantes, a escola é mais do que um espaço de aprendizado; é também um ambiente de acolhimento e proteção, vital para garantir direitos, incluindo a nutrição”, enfatizou o desembargador. Ele alertou sobre os riscos sociais que a paralisação impõe a essas crianças e adolescentes, especialmente em áreas com altos índices de violência.
O parecer judicial sublinhou que a assembleia que decidiu pela greve não atendeu as formalidades legais, como a ausência de edital prévio e quórum adequado. O desembargador também considerou a grave situação financeira do município, que atualmente utiliza mais de 58% de sua Receita Corrente Líquida em despesas com pessoal, superando os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Apesar da crise, a administração municipal tem honrado os pagamentos e oferecido um reajuste de 2%, demonstrando compromisso mesmo dentro de limitações orçamentárias. Essa decisão do TJ-BA pode repercutir de maneira significativa, tanto para os educadores quanto para os estudantes, e está no centro de um diálogo complexo sobre o futuro da educação na região.
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