Após o cessar-fogo entre Irã e Israel em junho, as autoridades iranianas intensificaram a repressão interna, redirecionando seus esforços para um controle mais rigoroso da população. Durante o conflito, a organização Portas Abertas registrou um alarmante número de mais de 700 prisões e 10 execuções por acusações de espionagem entre 13 e 24 de junho.
Os bloqueios, inicialmente focados nas regiões curdas, rapidamente se expandiram para outras províncias, impactando gravemente comunidades cristãs. Em um movimento inesperado, no final de junho, o Parlamento iraniano aprovou, de forma apressada, nove artigos que facilitam processos judiciais sumários. Especialistas jurídicos destacam que essas mudanças permitirão julgamentos mais rápidos, em tribunais onde os réus frequentemente enfrentam a negação de direitos básicos, incluindo a falta de acesso a advogados e avaliações justas.
Organizações de direitos humanos denunciam que o governo usa prisões em massa e execuções como ferramentas de controle em tempos de crise. Lana Silk, da Transform Iran, relatou que autoridades revistam carros, casas e celulares aleatoriamente, levando à prisão de centenas, inclusive cristãos, acusados de ameaçar a segurança nacional. Para aqueles que se converteram do islamismo, a situação é ainda mais grave, já que a conversão é legalmente proibida e as minorias conhecidas, como armênios e assírios, enfrentam discriminação constante.
O Irã ocupa a 9ª posição na Lista Mundial de Perseguição 2025 da Portas Abertas, refletindo um ambiente de repressão extrema. Após um ataque com mísseis à Prisão de Evin em junho, as condições se agravaram, com prisioneiros políticos sendo transferidos para unidades de alta segurança e as celas apresentando infestação, água contaminada e falta de ventilação. Entre os detidos, estão ativistas pacíficos e líderes cristãos, alguns condenados a longas penas por expressões online.
Enquanto a população lida com racionamento severo de gás e escassez de alimentos, Lana Silk destaca que muitos cristãos enfrentam a dura realidade do medo crescente e da dificuldade em prover para suas famílias. Contudo, grupos cristãos persistem em suas atividades clandestinas, acreditando que “conhecemos o Senhor mais intimamente em tempos de dor, e o amor é o testemunho mais poderoso.”
Com a diminuição do contato entre organizações religiosas internacionais e fiéis locais, essas redes internas tornam-se fundamentais para o apoio espiritual e material das comunidades. Embora o governo não tenha emitido nenhuma manifestação sobre as acusações de repressão, a situação segue sob vigilância da comunidade internacional, que continua a relatar violações sem que até o momento haja alguma ação concreta.
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