A repercussão da nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump, criou uma onda de reações entre as lideranças bolsonaristas. Para evitar serem responsabilizados, esses políticos traçaram uma estratégia cuidadosa: evitar qualquer comemoração pública sobre a medida. O receio é que tais reações fortaleçam o discurso de culpa do PT, que posiciona Jair Bolsonaro como o responsável pela decisão.
Após Trump citar Bolsonaro e decisões do STF como justificativas para a tarifa, caciques do PT rapidamente se posicionaram para capitalizar politicamente a situação. Eles enxergaram a oportunidade de criticar a relação do ex-presidente brasileiro com o governo americano e encaminhar a narrativa de que essa nova taxa é resultado de uma má condução diplomática.
RESPEITA O BRASIL
A pedido da família Bolsonaro, Donald Trump anuncia a taxação de 50% em todos os produtos brasileiros, de forma autoritária e unilateral. O presidente norte-americano está confundindo a quem está se dirigindo. O Brasil não será quintal do país de ninguém. Quem…— Jaques Wagner (@jaqueswagner) July 9, 2025
Outra linha de defesa dos bolsonaristas é atribuir a responsabilidade da tarifa a fatores externos, como as decisões do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e à recente cúpula do Brics, que envolve Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul. Em coletiva, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugeriu que a tarifa deveria ser chamada de “Tarifa Moraes”, implicando que as ações do ministro contribuíram diretamente para essa penalização.
“Recentemente, o presidente Trump, corretamente, entendeu que Alexandre de Moraes só pode agir com o respaldo de um establishment político, empresarial e institucional que compactua com sua escalada autoritária. O presidente americano entendeu que esse establishment também precisa arcar com o custo desta aventura”, argumentou.
O advogado Fabio Wajngarten, que ainda mantém laços estreitos com o clã Bolsonaro, complementou essa análise. Em suas redes sociais, ele expressou que a decisão de Trump reflete os desdobramentos da cúpula do Brics e criticou o alinhamento do governo brasileiro com países vistos como adversários históricos dos EUA.
“O governo americano, de fato, viu com muito maus olhos o encontro do BRICS. O governo brasileiro, por conta de sua patética e risível chancelaria, teima em alinhar-se à países que tradicionalmente são inimigos ou no mínimo distantes dos EUA”, escreveu Wajngarten.
Esse embate político lança luz sobre os desafios diplomáticos enfrentados pelo Brasil e suas consequências econômicas. O que você pensa sobre essa situação? Comente abaixo e compartilhe sua opinião!
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