Ana Maria Gonçalves, uma talentosa escritora mineira, fez história ao ser eleita para a cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 10 de julho de 2023. Essa conquista a torna a primeira mulher negra a integrar a instituição, um marco significativo em seus 127 anos de existência.
Nascida em 1970 em Ibiá, Minas Gerais, Ana iniciou sua trajetória profissional como publicitária em São Paulo. Em busca de novas inspirações, mudou-se para a encantadora Ilha de Itaparica, na Bahia, em 2002, donde emergiu uma vocação poderosa para a escrita.
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Ana Maria Gonçalves
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Ela é a primeira mulher negra a integrar a ABL
Ana Maria Gonçalves estreou na literatura com o livro Ao Lado e à Margem do Que Sentes Por Mim, que rapidamente se esgotou graças à sua poderosa narrativa e ao apoio da divulgação nas redes sociais. No entanto, foi com Um Defeito de Cor que ela realmente se estabeleceu como uma das vozes proeminentes da literatura brasileira contemporânea. A obra, que levou cinco anos para ser concluída, é um épico que narra a vida de Kehinde, uma menina de oito anos trazida como escrava da África para o Brasil.
Inspirada na figura histórica de Luísa Mahin, uma líder da Revolta dos Malês em 1835, a narrativa não só ilumina o passado, mas também reverbera a luta de seu filho, Luiz Gama, um ícone do movimento abolicionista no Brasil. Com suas 951 páginas, o romance se destaca como um dos mais extensos do país.
Ao longo de sua carreira, Ana Maria foi escritora residente em diversas universidades dos Estados Unidos, incluindo Tulane, Stanford e Middlebury College. Em reconhecimento ao seu trabalho na causa antirracista, recebeu a comenda da Ordem de Rio Branco em 2013.
Após retornar ao Brasil em 2014, ela transitou por Salvador e São Paulo, até se estabelecer no Rio de Janeiro. Além de sua contribuição literária, Ana Maria também deixou sua marca no teatro com obras como Tchau, Querida! e Chão de Pequenos.
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