Um alerta preocupante nasceu da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Segundo um estudo recente, a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, anunciada por Donald Trump e com início previsto para agosto, pode resultar em um impacto econômico devastador de até R$ 1,8 bilhão para a Bahia.
A análise revela que essa medida tornará os produtos baianos mais caros e, consequentemente, menos atrativos para os compradores americanos. A queda nas vendas pode levar a uma diminuição na produção em diversos setores, afetando diretamente a geração de empregos e a renda nos municípios do estado.
Estima-se que as exportações da Bahia possam sofrer uma redução de US$ 643,5 milhões, equivalente a 5,4% do total. Em um cenário onde, em 2024, as exportações baianas somaram US$ 11,9 bilhões, essa perda deixará marcas profundas na economia local, com uma possível retração de R$ 1,8 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB), representando 0,38% do total.
Armando Castro, diretor de Indicadores e Estatística da SEI, enfatiza que o impacto é ainda mais alarmante, pois ocorre em um momento em que o Brasil alcançava recordes nas exportações para os EUA. “A Bahia mantém uma pauta comercial diversificada, com os Estados Unidos como um dos principais destinos. No primeiro semestre de 2025, 8,3% do total das exportações da Bahia eram destinadas a esse mercado”, destaca.
Embora a China seja o principal parceiro comercial da Bahia desde 2012, os EUA ocupam uma posição significativa, sendo responsáveis por 7,4% das exportações em 2024, percentual que subiu para 8,3% no primeiro semestre de 2025.
O estudo também levanta questionamentos sobre o impacto no mercado de trabalho. Embora não quantifique os possíveis postos de trabalho perdidos, alerta para o risco que trabalhadores formais enfrentam nos setores afetados por estas tarifas. Estima-se que cerca de 210 mil pessoas estejam empregadas em áreas que produzem bens exportados para os EUA, representando 7,8% do total de empregos formais do estado.
Os setores mais afetados incluem:
- Papel e Celulose: 25,3% das exportações para os EUA, com perdas estimadas em US$ 191 milhões.
- Químicos e Petroquímicos: 23,5% das exportações, estimando uma redução de US$ 177 milhões.
- Borracha e suas Obras: 11,8% das exportações, com perdas de US$ 89,3 milhões.
- Metalúrgicos: 8,2% das exportações.
- Frutas: 8,1% das exportações.
- Cacau e derivados: 7,1% das exportações.
- Petróleo: 5% das exportações.
Esses segmentos juntos representam 89% do total exportado pela Bahia para os EUA. Com a nova tarifa, as expectativas são alarmantes: uma média de redução de 13,2% nas exportações de produtos básicos e uma impressionante queda de 85,7% nas exportações de produtos industrializados.
Como você acredita que a Bahia deve reagir a essa nova realidade? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões sobre as possíveis soluções e impactos dessa medida.
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