De ladrão de banco a chefe de facção: A ascensão e queda de Zé de Lessa, a mente por trás do Bonde do Maluco

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No coração da caatinga baiana, em meio a mandacarus e aroeiras, nasceu José Francisco Lumes, conhecido como Zé de Lessa. Sua infância no pequeno povoado de Recife, em Cafarnaum, mal sugeria que dali surgiria um dos criminosos mais temidos da Bahia. O apelido ‘Lessa’, herdado do pai, se tornaria sinônimo de medo nas ruas e nas prisões.

Embora detalhes sobre sua transição para o crime sejam nebulosos, rumores indicam que seu caminho se iniciou com roubos a bancos. Em 2015, a polícia já o considerava o maior assaltante da Bahia. Na sequência, sua notoriedade cresceu, com um foco intenso no tráfico de drogas, revelando uma quadrilha de “extrema periculosidade”.

Contrariando o estereótipo de criminoso violento, Zé de Lessa era descrito como educado e tranquilo. Sua postura discreta contrastava com a brutalidade do império que fundou: o Bonde do Maluco (BDM). Sob sua liderança, a facção engajou em operações que incluíam tráfico internacional, sequestros e assaltos audaciosos.

A história do BDM remonta a 2015, quando a facção Caveira buscou expandir sua influência através de braços externos, criando o BDM. Um racha interno transformou o grupo em uma entidade independente sob a liderança de Zé de Lessa, que fortaleceu as conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo. Essa aliança resultou na circulação crescente de armamentos pesados, refletindo uma nova era de violência organizada na Bahia.

Enquanto o BDM prosperava, a antiga estrutura da Caveira caía em desgraça, sucumbindo a forças rivais e à própria dissidência. Zé de Lessa se consolidou como uma figura central no crime baiano, acumulando poder mesmo dentro das prisões, onde sua influência se mantinha viva, evidenciada por tentativas de homicídio e fugas audaciosas.

Em 2014, após conseguir prisão domiciliar por problemas de saúde, Zé de Lessa se evadiu, transformando sua fragilidade em um trunfo. Assim, desapareceu do radar das autoridades. Sem tornozeleiras eletrônicas disponíveis, sua liberdade se tornou um desafio para a justiça.

No anonimato, ele orchestrou crimes audaciosos, como o assalto milionário a uma agência bancária no Maranhão, onde seu irmão e cúmplices executaram o plano. Enquanto isso, Zé se tornou a pessoa mais procurada da Bahia, a figurinha de ouro do Baralho do Crime.

Porém, em 4 de dezembro de 2019, a rede que parecia inquebrável finalmente se fechou. Em um confronto em uma fazenda no Mato Grosso do Sul, Zé de Lessa foi morto, encerrando sua trajetória marcada pela astúcia e violência. Seu legado permanece como um aviso: no crime organizado, a paciência, a estratégia e a brutalidade andam de mãos dadas.

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