Na mais recente atualização do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada na quinta-feira (17), os dados indicam que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão em declínio pela maior parte do Brasil. Contudo, a prevalência continua elevada, demandando atenção. Este progresso se deve, em parte, à interrupção do crescimento ou à diminuição das hospitalizações por vírus sincicial respiratório (VSR).
De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, é fundamental adotar medidas preventivas. A vacina contra a gripe, segundo ela, desempenha um papel crucial na redução de casos graves e óbitos, contribuindo para um ambiente mais seguro para a população.
A análise do boletim revela que as crianças pequenas são as mais afetadas pela SRAG, com o VSR como o principal agente causador. Entre os idosos, a influenza A se destaca como a principal responsável por hospitalizações e mortes. Apesar de o rinovírus ter superado a influenza A em internações de crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, o VSR continua a ser o maior desafio nas internações de bebês e crianças pequenas.
Em 23 estados, a incidência da SRAG permanece elevada, com alguns locais apresentando aumentos pontuais em determinados grupos etários. Apesar de melhorias em Piauí, Tocantins e no Distrito Federal, o cenário permanece crítico na maioria dos estados. Roraima enfrenta um aumento contínuo de casos de SRAG entre crianças, enquanto Alagoas reporta um retorno de crescimento nessa faixa etária, ambos associados ao VSR. Além disso, Minas Gerais e Pará apresentam indícios de aumento entre os idosos, e a Paraíba vê um crescimento de casos ligadas à influenza A.
A análise também aponta um leve aumento de casos de SRAG relacionados à Covid-19 entre idosos no Rio de Janeiro, embora isso não afete o total de hospitalizações por SRAG. Para garantir que a situação se mantenha sob controle, Portella ressalta a importância de manter a vacinação atualizada, destacando que isso é vital para proteger a população contra casos graves e possíveis novas ondas da doença.
Em 2025, 133.116 casos de SRAG foram notificados, com 52,9% resultando positivo para algum vírus respiratório. Os dados sobre os óbitos por SRAG até agora mostram 7.660 casos, sendo 53,7% positivos para vírus respiratórios. Os dados são preocupantes, mas a prevenção e a vacinação podem mudar esse cenário.
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