A política econômica internacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revolucionou as relações comerciais, especialmente em seu segundo mandato. A partir de 1° de agosto, ele implementou tarifas recíprocas e já firmou acordos com seis países, enquanto mantém distância em negociações com blocos multilaterais, como o Brics. Essa abordagem não só enfraquece a união do grupo, mas também coloca o Brasil em uma posição vulnerável, sob a ameaça de uma tarifa de 50% e sem progressos nas negociações.
Até o momento, acordos foram estabelecidos com Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas, Japão e um preliminar com a China. Cada tratado traz suas particularidades, como a redução significativa de tarifas e a isenção de taxas para determinados produtos. Contudo, a estratégia de Trump, que prioriza negociações bilaterais, pode isolar ainda mais o Brasil, conforme aponta Maurício F. Bento, professor de economia internacional. Para ele, o Brasil pode perder aliados essenciais no Brics, tornando-se uma presa fácil em um cenário onde outros membros buscam acordos próprios com os EUA.
“Não é prudente ficar por último na fila de negociações, pois há o risco dos norte-americanos endurecerem ainda mais com o Brasil para amedrontar outros países”, alerta o professor Bento, enfatizando os perigos dessa inação para o Brasil.
Enquanto os Estados Unidos avançam, o Brasil observa a fragilidade de sua posição comercial. Os interesses americanos vão além de questões tarifárias, incluindo preocupações sobre pagamentos digitais e o tratamento das grandes empresas de tecnologia no país. Nesta dança complexa de interesses, Trump conseguiu impor tarifas reduzidas em troca de concessões importantes de seus parceiros comerciais, revertendo a maré a favor dos EUA em um movimento que, embora beneficie imediatamente, pode criar desconfiança a longo prazo. O futuro do comércio global pode estar em jogo, conforme os EUA minam os alicerces do livre comércio que ajudaram a estabelecer.
Diante desse panorama desafiador, como você vê a posição do Brasil nas negociações com os EUA? Compartilhe sua opinião e junte-se à discussão sobre o impacto dessas decisões no cenário econômico global.
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