O mal está feito (por André Gustavo Stumpf)

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O dia amanheceu mais sombrio para o Brasil, que agora enfrenta uma crise sem precedentes nas relações com os Estados Unidos. O presidente Donald Trump lançou um ataque sem precedentes à soberania brasileira, desferindo insultos não apenas ao Supremo Tribunal Federal, mas especialmente ao ministro Alexandre de Moraes. Esse ato não é meramente uma ofensa; é uma verdadeira declaração de guerra contra a democracia de um país organizado. Como bem lembrou Ulysses Guimarães, “o Brasil não é uma Uganda qualquer”.

Estamos prestes a pagar um preço alto. O comércio entre Brasil e Estados Unidos deve encolher, e as relações diplomáticas estão em frangalhos. Nunca antes houve uma intromissão dessa magnitude, e as consequências se manifestarão em perdas financeiras para ambos os lados, assim como em resultados políticos difíceis de prever. A ambição de interesses pessoais sobre os nacionais por aqueles que poderiam defender o Brasil não será tolerada. A história não perdoa traidores.

A concessionária norte-americana, ciente dos interesses de seu mercado, já começou a aliviar algumas tarifas, como as do suco de laranja – um componente essencial do café da manhã americano – e da Embraer, que viu um aumento nas encomendas. No entanto, a maior parte das exportações brasileiras encontrará barreiras exorbitantes, com tarifas de até 50%, uma atitude impulsiva de um líder que parece governar com uma caneta de tinta preta.

Na Europa, a revolta é palpável. A presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, assinou um acordo que muitos consideram prejudicial aos próprios interesses europeus. A insatisfação está longe de ser um eco distante, especialmente em tempos de diplomacia, onde as balas não têm lugar. Assim como na era do macarthismo, quando a paranoia dominava as instituições americanas, Trump representa uma nova fase de radicalismo que afeta não apenas seu país, mas o mundo inteiro.

O impacto é irreversível. Não há espaço para recuos ou desculpas; o que temos agora é a urgente necessidade de administrar as perdas. A intervenção que Trump pode promover nas eleições de 2026 no Brasil, mesmo que figuras centrais da atual administração estejam inelegíveis, é uma possibilidade real e alarmante. Golpes de estado não são apenas parte da história; são ferramentas que muitos, incluindo o governo dos Estados Unidos, não hesitarão em usar.

Estamos em um momento crítico. O sistema democrático brasileiro está sob ataque, e qualquer ilusão de um retorno à normalidade foi perdida. Os meses que nos separam das eleições de 2026 prometem ser tumultuados; a extrema direita, tanto aqui quanto nos Estados Unidos, pode muito bem estar armando suas manobras. Eles perderam tanto que não têm mais nada a temer. Venha o que vier, precisamos unir nossas vozes e defender o que nos é mais sagrado.

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