No dia 9 de agosto de 2023, o Brasil recorda uma das tragédias mais devastadoras da aviação: a queda do voo PS-VPB da Voepass em Vinhedo, São Paulo. O trágico acidente resultou na perda de 62 vidas, incluindo passageiros e tripulantes, e há exatamente um ano, a dor deste luto ainda ecoa nos corações dos familiares.
Após um ano de esforços, muitas famílias conseguiram acordos de indenização, mediadas por Defensorias e Ministérios Públicos de São Paulo e Paraná. Porém, as investigações que buscam esclarecer as razões por trás do acidente permanecem em andamento, de forma lenta e sem um prazo definido para conclusão.
Na semana passada, o Metrópoles realizou uma investigação aprofundada, entrevistando parentes das vítimas e traçando a cronologia deste trágico evento. O resultado é um minidocumentário, intitulado “A História do Voo 2283”, que detalha a tragédia e os perceptíveis desdobramentos que se seguiram.
O voo partiu do Aeroporto de Cascavel às 11h58, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, sob o comando do piloto Danilo Romano e do copiloto Humberto de Campos. As 58 pessoas a bordo, que adquiriram passagens pela Latam, desconheciam que voariam com a Voepass.
O percurso parecia tranquilo até que, a apenas três minutos do pouso, a situação mudou drasticamente. Às 13h21, a aeronave começou a perder altitude de forma abrupta e, um minuto depois, colidiu com o solo de Vinhedo.
Imagens da queda foram registradas por moradores locais e rapidamente circularam, evidenciando o desespero do momento. A resposta das equipes de resgate foi rápida e intensa, mas, infelizmente, nenhum dos ocupantes sobreviveu.
A investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já está em andamento. Relatórios preliminares apontaram que uma falha no sistema de degelo foi sinalizada. Um minuto antes da queda, alertas de baixa velocidade e problemas na performance do voo também foram registrados. Especialistas argumentam que, com problemas no sistema de degelo, a aeronave não deveria ter operado naquele trajeto.
O descontentamento com a Voepass cresce entre os familiares, que relatam uma suposta negligência em relação à manutenção das aeronaves. O ex-copiloto Luiz Cláudio destacou que as falhas eram frequentemente minimizadas e não registradas devido à orientação da companhia.
Enquanto isso, a Polícia Federal investiga possíveis responsáveis e colhe depoimentos. As famílias das vítimas criaram uma associação para acompanhar as investigações e lutar por justiça. Robson Kauffmann, um dos diretores, relembra com dor o último contato com seu marido antes do fatídico voo, expressando que a luta pela segurança aérea não é apenas por justiça, mas pela proteção de todos que viajam.
A Anac, após fiscalizações, suspendeu as operações da Voepass, levando a companhia a pedir recuperação judicial e demitir funcionários, comprometendo ainda mais a segurança e a confiança dos passageiros.
Entre as promessas de transparência da Voepass e os apelos das famílias, a necessidade de respostas justas e seguras avança lentamente. As histórias deixadas por cada vítima são um tributo à memória, e a esperança é que, em breve, as lições necessárias sejam aprendidas para que tragédias como esta não se repitam.
Se você se sente tocado por esta história, compartilhe suas reflexões e sentimentos nos comentários abaixo. Sua voz é importante.
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