Um novo relatório da Comissão Nacional dos Direitos da Criança do Paquistão (NCRC) lança luz sobre a alarmante situação das crianças cristãs e de outras minorias religiosas no país. Intitulado “Análise da Situação de Crianças de Religiões Minoritárias no Paquistão”, o estudo revela os desafios enfrentados por essas crianças, como discriminação sistêmica, conversões forçadas, casamentos infantis e trabalho infantil, especialmente em contextos de exclusão social e negligência institucional.
A discriminação permeia todos os aspectos da vida cotidiana. Na escola, as crianças de minorias frequentemente enfrentam bullying e desdém, além de currículos que reforçam preconceitos. Isso resulta em um ambiente educacional hostil, que leva à evasão escolar e ao baixo desempenho acadêmico. O relatório destaca que muitas famílias estão presas em ciclos de trabalho escravo, onde crianças são forçadas a trabalhar em condições desumanas, como nas olarias e no setor agrícola.
Entre janeiro de 2022 e setembro de 2024, o NCRC registrou que 40% dos casos de violência contra crianças de minorias ocorreram na província de Punjab, a mais populosa do país. Esses números revelam a magnitude da opressão, com 547 cristãos e outras comunidades religiosas entre os afetados. A falta de opções legais para as vítimas de conversões forçadas e casamentos arranjados é outra questão crítica, exacerbada pelo preconceito institucional e pela ineficácia das agências de segurança pública.
A revisão do currículo educacional revela outra faceta da exclusão. Crianças pertencentes a minorias expressam frustração com a obrigatoriedade da educação religiosa islâmica, o que não apenas infringe sua liberdade religiosa, mas também impacta negativamente seu desempenho acadêmico. O medo de compartilhar suas identidades religiosas leva a uma desconexão ainda maior, alimentando a alienação e os sentimentos de inferioridade.
A presidente do NCRC, Ayesha Raza Farooq, enfatiza a urgência de ao menos considerar melhores políticas de proteção, redes de segurança social robustas e iniciativas de educação inclusivas. Apesar dos progressos em algumas áreas, como o registro de nascimento e reformas legais em algumas províncias, milhões de crianças ainda permanecem esquecidas.
Farooq ressalta a necessidade de um esforço conjunto entre várias partes interessadas — desde formuladores de políticas até líderes religiosos — para garantir que todas as crianças, independentemente de sua origem religiosa, recebam proteção e oportunidades equitativas. O representante das Minorias do NCRC no Sindh, Pirbhu Lal Satyani, complementa que o relatório retrata as múltiplas vulnerabilidades das crianças de minorias, chamando a atenção para a necessidade urgente de inclusão e dignidade.
Este relatório não é apenas um alerta — é um chamado à ação. Todos têm um papel a desempenhar nesta luta por justiça e equidade. Ao unirem forças, podemos garantir um futuro melhor e mais seguro para todas as crianças no Paquistão. Que tal compartilhar suas ideias nos comentários? Como podemos juntos fazer a diferença?
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