Em meio aos ecos do passado recente, Donald Trump, o governo de Israel e os envolvidos na tentativa de golpe de 2022 e 2023 sustentam sua inocência. Eles afirmam não desejar um regime autoritário, negam a fome na Faixa de Gaza e contestam a existência de provas sobre seus crimes. Para eles, admitir culpa seria inconcebível. A legislação garante a cada um o direito de se defender, mesmo que isso implique distorcer a verdade.
Recentemente, o prazo final para que os advogados de defesa apresentassem suas alegações no processo contra os golpistas se esgotou. Com um time de advogados de alto nível, a defesa de Bolsonaro utilizou pareceres de juristas renomados, incluindo um especialista alemão, na tentativa de sustentar suas teses.
É um alívio perceber que a justiça, com “J” maiúsculo, se institui em uma democracia. Onde a repressão impera, a verdadeira justiça se torna uma miragem. Aqueles que viveram sob a ditadura de 1964 entendem bem os horrores de um regime opressor. Proferindo uma declaração infeliz, Bolsonaro expressou seu descontentamento por a ditadura não ter sido mais severa.
Agora, ao relator Alexandre de Moraes cabe marcar a apresentação das alegações finais e seu voto, seguido pelas posições dos outros ministros da Primeira Turma do Supremo: Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. A expectativa é de um placar decisivo, que poderá ser de 5 a 0 ou 4 a 1.
Luiz Fux, que promete seguir o processo de perto, pode ser o único a discordar, talvez apenas quanto à pena a ser imposta. Entretanto, a possibilidade de absolvições ou redução das acusações não está descartada, e o julgamento se estenderá por setembro, antes que a defesa tente atrasar a decisão final.
Ao fim deste processo, não podemos ignorar que a bolsonarismo, embora enfraquecido, ainda está presente. Mesmo preso, Bolsonaro continuará a ter influência nas próximas eleições. O apoio político que ele conquistou não desaparece facilmente.
Pesquisas recentes indicam que 39% dos brasileiros se identificam como petistas, enquanto 37% se colocam ao lado de Bolsonaro. Candidatos emergentes, como Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, buscam a benção do ex-presidente, dispostos a até mesmo oferecer indulto e apoiar sua escolha para vice.
A desaprovação a Lula tem diminuído, enquanto a aprovação tem crescido, especialmente desde que Trump se ofereceu para auxiliar Bolsonaro. Em 2026, a figura de Trump deverá ser central, ao passo que a soberania nacional do Brasil não deve ser comprometida por intervenções externas.
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