Eleição na Bolívia pode tirar esquerda do poder após quase 20 anos

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Neste domingo (15/8), a Bolívia se posiciona em um momento decisivo, onde a população poderá mudar o curso do país após quase 20 anos sob a liderança da esquerda. As últimas pesquisas indicam uma possível disputa acirrada entre candidatos de direita, prenunciando uma reconfiguração política significativa.


O Cenário Eleitoral

  • O Movimento ao Socialismo (MAS) dominou a política boliviana, tendo seu auge sob a liderança de Evo Morales.
  • A única interrupção na hegemonia do MAS ocorreu entre 2019 e 2020, quando Jeanine Áñez se autoproclamou presidente.
  • As mais recentes pesquisas revelam candidatos de direita, como Jorge “Tuto” Quiroga e Samuel Doria Medina, liderando as corridas eleitorais.

Jorge “Tuto” Quiroga, da aliança Liberdade e Democracia, desponta como a preferência popular, com 23% nas intenções de voto. Samuel Doria Medina, representando a Unidade Nacional, o segue com 18%. Caso essas tendências se solidifiquem, ambos podem se enfrentar em um segundo turno histórico.

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Jorge “Tuto” Quiroga

Lucas Aguayo/Getty Images

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Samuel Doria

Radoslaw Czajkowski/picture alliance via Getty Images

Desafios para a Esquerda

Andrónico Rodríguez, presidente do Senado e representante da esquerda, aparece na quarta posição nas intenções de voto com apenas 11,4%. Sua candidatura independente surge após divisões internas no MAS, refletindo um racha agravado por diferenças com Evo Morales e o atual presidente Luis Arce.

O MAS, que por anos foi sinônimo de estabilidade, enfrenta agora um cenário desafiador. Arce, embora não busque reeleição, lançou Eduardo del Castillo, que permanece longe das lideranças, com apenas 8,1% das intenções, atrás dos votos brancos e nulos, que somam 22,4%.

A crise econômica, marcada por corrupção e inflação, engendrou uma desaprovação recorde a Arce, alcançando 75%. A população clama por mudanças, refletindo o desgaste e a ausência de confiança em seu governo.

A Tática de Morales

Impedido de concorrer, Evo Morales busca se reafirmar, incentivando uma anulação de votos. Embora sua estratégia careça de fundamentação legal, ele tenta mostrar que ainda possui força de mobilização.

A expectativa é que sua manobra revele um potencial retorno ao palco político, utilizando suas bases de apoio para reingressar no debate nacional.

“A esperança do Evo é conseguir voltar ao jogo político, mostrando que ainda tem poder de mobilização e apoio da população”, analisa Ana Lúcia Lacerda, do Observatório Político Sul-Americano da UERJ.

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