A Justiça Federal não hesitou em condenar Allan David Omena da Rocha, conhecido como Bolt, a seis anos e nove meses de prisão por seu envolvimento no tráfico internacional de armas destinadas ao Comando Vermelho (CV). O veredito surge em meio a uma drástica operação chamada Dakovo, realizada em dezembro de 2023 pela Polícia Federal e autoridades do Paraguai.
O decorrer da investigação revelou uma rede complexa de contrabando que fornecia armamentos como pistolas, fuzis e munições de várias origens europeias, incluindo Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
Esses equipamentos eram trazidos para uma loja no Paraguai, onde suas identificações eram raspadas antes de serem vendidas para intermediários nas fronteiras, que, por sua vez, os repassavam às facções criminosas.
Bolt atuava como um homem de confiança de Fhillip Gregório, conhecido como Professor, um dos líderes do Comando Vermelho. A liderança de Professor se extinguiu em junho deste ano, quando ele foi encontrado foragido das autoridades brasileiras.
Inicialmente, a pena de Bolt era mais branda, mas o Ministério Público Federal recorreu, resultando em uma sentença mais severa. Além da prisão, ele deverá pagar R$ 50 mil em danos morais coletivos, quantia que será destinada ao Fundo Nacional de Segurança Pública.
O Ministério Público Federal ainda anunciou que os bens e valores confiscados durante as investigações serão incorporados à União. Mensagens obtidas durante a operação Dakovo revelam Bolt viajando ao Paraguai para adquirir as armas.
Em diálogos com Professor, Bolt discutia não só o fornecimento de armamentos, mas também elaborava planos para uma produção própria de cocaína. Em um desses relatos do dia 15/09/2022, Bolt sugeriu a criação de um laboratório de refino, afirmando já ter um químico preparado e até uma estratégia para firmar uma marca de cocaína. Para isso, mencionou a necessidade de adquirir uma aeronave para o transporte dos entorpecentes.
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