A convenção de lançamento da União Progressista em Brasília, na última terça-feira (19/8), foi marcada por um clima de tensão. Os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocupam quatro pastas na atual gestão, se viram à margem da mesa em que se reuniam as lideranças do União Brasil e do PP. A situação forçou-os a ouvir, em silêncio, discursos acalorados de governadores, muitos fora da aliança, clamando por um rompimento com o governo.
Nos bastidores, integrantes da nova sigla reconheceram o desconforto da situação e preveem que isso não será um incidente isolado. Há um consenso de que, em até dois meses, deverá haver um abandono formal do governo, uma vez que a homologação da federação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já está em pauta. Enquanto isso, a discussão interna sobre a manutenção ou não dos cargos governamentais continua acirrada.
O arranjo da mesa simbolizou perfeitamente a nova dinâmica. No centro, estavam Antônio Rueda, presidente do União Brasil, e o senador Ciro Nogueira (PI). Ao lado, destacavam-se Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), governadores que almejam a presidência em 2026, embora apenas Caiado esteja formalmente ligado à nova federação.
Tarcísio, embora cauteloso, concentrou-se em temas como saúde e economia, evitando confronto direto. Em contraste, Caiado foi enfático em seu posicionamento: “É preciso que o partido defina claramente sua posição. A solução para derrotar Lula é termos um candidato próprio.” Seu discurso foi recebido com aplausos entusiásticos de Rueda e Ciro, evidenciando a crescente pressão pela definição de uma postura mais assertiva.
A presença de políticos de oposição solidificou a ideia de um movimento unificado. O governador Jorginho Mello (PL-SC) não hesitou em pedir aplausos para o ex-presidente Jair Bolsonaro, e outros oradores, como o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, reforçaram essa linha, enquanto os ministros ocupando assentos discretos não tiveram espaço para se manifestar.
Os ministros do Esporte, André Fufuca (PP), e Turismo, Celso Sabino (União), estiveram presentes, mas adotaram posturas discretas, sendo que Sabino até se juntou ao prefeito de Salvador, Bruno Reis, em um gesto de positividade. Apesar de não se manifestarem sobre o governo, a ausência de outros dois ministros, Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração), que não compareceram, levantou suposições sobre sua continuidade nas respectivas funções.
A federação discutiu intensamente até a véspera sobre a possibilidade de tornar o rompimento oficial na convenção. Havia um desejo de que a “União Progressista” saísse com uma posição firme em relação a Lula, mas líderes resistiram à entrega de cargos, buscando uma relação mais cautelosa com o Planalto até que o cenário eleitoral de 2026 se torne mais claro.
Neste contexto, o nome de Tarcísio de Freitas surge como forte candidato à presidência em 2026, embora conduzindo o jogo em paralelo com a pré-candidatura de Caiado. A possibilidade de um futuro promissor para a centro-direita toma forma, com a federação revelando-se como uma força significativa na Câmara e Senate, controlando 20% do total.
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