Cristãos mortos por serem considerados apóstatas, no Irã

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No Irã, a história de Mehdi Dibaj reverbera profundamente, exemplificando o custo da fé. Um pastor de origem muçulmana, Mehdi foi preso ao renunciar ao islamismo. Após quase nove anos atrás das grades, seu destino foi selado em dezembro de 1993 com uma sentença de morte. O caso mobilizou a comunidade internacional, levando a Portas Abertas a um apelo urgente por oração, que culminou na libertação de Mehdi em janeiro de 1994.

O pastor armênio-iraniano Haik Hovsepian, o responsável por vazarem as informações sobre a condenação de Mehdi para a mídia britânica, tinha uma trajetória de desafios ao regime. Ele se recusou a afastar cristãos convertidos do islamismo de sua congregação e a assinar um documento que negava a falta de liberdade religiosa no Irã. Treze dias após a libertação de Mehdi, Haik desapareceu, e seu corpo foi encontrado com múltiplas facadas. O Irmão André, fundador da Portas Abertas, recorda que em seu último encontro, Haik afirmara: “Quando eles me matarem, será porque eu falei, não porque fiquei calado”. Com um aviso tão claro, Haik foi assassinado dias depois.

Mehdi não escapou da mesma trágica sorte. Seis meses após a morte de Haik, ele também foi encontrado sem vida. A Portas Abertas apoiou as famílias enlutadas, transformando a dor em um marco. Líderes de igrejas domésticas no Irã afirmam que essas mortes foram o catalisador de um despertamento espiritual que floresceu entre os cristãos, inaugurando um avivamento que persiste até hoje.

Esse movimento é notável e, segundo Mansour Borji, da organização Article 18, de um total de 500 cristãos na época da Revolução Islâmica, hoje esse número pode ultrapassar um milhão. Em meio ao rigoroso regime islâmico, um dos maiores avivamentos está em marcha, despertando a atenção do governo, que considera tal crescimento como uma ameaça. O atual líder supremo, Aiatolá Ali Khamenei, alertou sobre essa situação em um discurso em 2010, citando as igrejas domésticas como um dos inimigos do islamismo.

Os Guardas Revolucionários, responsáveis pela repressão, interpretaram essa fala como uma declaração de guerra, colocando os cristãos convertidos como adversários do Estado. Isso demonstra a seriedade com que o governo encara o avivamento e a transformação espiritual que está ocorrendo no país.

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