Recentemente, o canal estatal IRIB (Islamic Republic of Iran Broadcasting) transmitiu um documentário que inclui confissões forçadas de cristãos presos, acusados de falsos crimes relacionados à segurança nacional. Essa ação integra uma estratégia contínua de intimidação contra a população cristã do Irã.
Após a divulgação das prisões de cristãos convertidos pelo Ministério da Inteligência, o programa fez um retrato distorcido, direcionando acusações que associavam esses indivíduos a ameaças contra o país. O documentário, produzido com o envolvimento de Ameneh Sadat Zabihpour, uma figura ligada aos serviços de segurança, promove uma narrativa alarmante sobre a atuação desses cristãos, apelidados de “evangelistas”.
Entre as acusações apresentadas estão a suposta colaboração com organizações estrangeiras, participação em retiros religiosos fora do país e o planejamento de ações que comprometeriam a segurança iraniana. E para embasar estas alegações, o repórter destaca viagens à Turquia e contatos com sionistas, convertendo práticas religiosas em atividades criminalizadas.
No final do documentário, foram mostradas imagens de detidos confessando crimes sob circunstâncias obscuras. Organizações de direitos humanos confirmam que essas declarações são frequentemente obtidas sob pressão ou ameaças das forças de segurança.
Além disso, cenas de um suposto “carregamento de armas” foram apresentadas, mas sem qualquer evidência concreta para validar as alegações. Este tipo de procedimento vem sendo usado pelo regime iraniano para justificar sua repressão a minorias religiosas e dissidentes, algo que já recebeu diversas condenações internacionais.
A recente exibição do documentário surge em um cenário de crescente opressão sobre a população cristã no Irã. Nos últimos anos, muitos cristãos convertidos enfrentaram acusações semelhantes, resultando em penas severas, incluindo longos períodos de prisão e marginalização social.
Um comunicado do Ministério da Inteligência revelou que, durante a operação chamada “Guerra dos 12 Dias”, pelo menos 53 cristãos convertidos foram presos. Em 2024, a HRANA registrou 28 casos de confissões forçadas, e em 2022, essa prática atingiu seu ápice com 391 casos durante protestos no país.
Essa situação gera muita preocupação sobre os direitos humanos e o tratamento de minorias no Irã. O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e participe da conversa.
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