Presidente da Liga Espanhola de Futebol, a LaLiga, Javier Tebas, cobrou regras rígidas e união de clubes brasileiros na criação da liga nacional. O tema está sendo discutido. Interessado em gerir a nova competição nacional um grupo empresarial, formado pelas empresas XP Investimentos e Alvarez e Marsal, chamou o dirigente espanhol para ser um dos trunfos para ganhar da concorrência e assumir o desenvolvimento do projeto. Nesta terça-feira (15), eles formalizaram uma proposta aos clubes.
“O que eu disse a eles (dirigentes) é que temos uma oportunidade única no mundo. Há fundos que querem investir em competições, há uma disrupção no âmbito digital e, se você não está inserido, vai ficar para trás. O futebol brasileiro tem que se dar conta, eleger qual modelo quer para chegar a estar nessa tendência de crescimento. Sozinho não vai vir. E, se seguir igual, não vai vir. Isso é claro”, afirmou Tebas em entrevista ao site ge.globo.
A ideia é atrair milhões de dólares de investidores estrangeiros para financiar a empreitada.
“Se eu fosse de um clube brasileiro, não me preocuparia em brigar agora por 3%. Eu me preocuparia com os 3.000% que há fora e não estão conseguindo. Digo fora do Brasil, a nível de direitos audiovisuais, patrocínios, de tudo. E tenho certeza que estão (perdendo) porque a gente está nessa indústria. Eu não me dedico a gerir clubes de futebol, me dedico a gerir competições, como a LaLiga, que crescemos. ?? isso que eles devem se convencer, que não se preocupem tanto com a divisão agora e, sim, com o que vamos crescer. ?? certo que vai crescer. Vai haver acordo de como repartir esse dinheiro? Não tenho a menor dúvida”, disse.
Além do futebol espanhol, a LaLiga também desenvolveu um trabalho no Equador e fez um similiar no México.
“No México nem tanto, mas, sim, em relação ao Equador, em que fizemos uma consultoria de tudo o que é relacionado a direitos audiovisuais, controle econômico, compliance. São os clubes que têm que decidir, eleger qual modelo querem para o futebol profissional brasileiro. O que eu disse a eles (dirigentes) é que temos uma oportunidade única no mundo. Há fundos que querem investir em competições, há uma disrupção no âmbito digital e, se você não está inserido, vai ficar para trás. O futebol brasileiro tem que se dar conta, eleger qual modelo quer para chegar a estar nessa tendência de crescimento. Sozinho não vai vir. E, se seguir igual, não vai vir. Isso é claro”, comentou.
O dirigente acredita no potencial de uma liga brasileira. Para ele, a disputa no Brasil poderia chegar entre as cinco primeiras do mundo.
“Eu não vou me equivocar no que vou dizer. O Brasil não está entre as dez primeiras, pode estar entre 10 e 15. E pode estar entre as cinco primeiras. Sem nenhuma dúvida, não tenho dúvida que Brasil pode e deve estar, essa é uma responsabilidade que os clubes devem ter. Se podendo estar ali entre os cinco primeiros, preferem o egoísmo para não estar… ?? uma reflexão que tem que ser feita. Vocês são jornalistas daqui do Brasil, não tenho que explicar a projeção que tem o futebol brasileiro em um país com 215 milhões de habitantes, com boa penetração da televisão paga, com muitas mais operadoras de televisão do que em qualquer país da Europa, com um futebol que o mundo todo segue. Eu não tenho que contar. Eu não acredito que inventamos nada. ?? o caminho. Estará entre as cinco primeiras (ligas), competirá com a Europa. Tenho vontade que o futebol brasileiro compre jogadores da Europa. E poderá chegar, tenho certeza”, declarou.
Outras empresas estão de olho na gestão da nova liga brasileira. A Codajas Sports Kapital, associada ao BTG, chegou a assinar um termo de compromisso com alguns clubes em novembro de 2021, mas a proposta financeira não avançou. A expectativa é que haja uma nova reunião com o grupo nos próximos dias. O outro interessado é o movimento liderado pela LiveMode e a 1190. Em fevereiro deste ano, foi apresentado para os clubes um projeto, mas as conversas não evoluíram.
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