Vítimas de pai de santo são ameaçadas: “Que a falange te quebre”

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Leandro Mota Pereira, conhecido como Pai Leandro de Oxossi, está foragido após ser denunciado por pelo menos cinco mulheres e uma adolescente por abuso sexual no Distrito Federal. Desde então, ele tem utilizado seguidores para ameaçar suas vítimas e pessoas próximas a elas.

As denúncias surgem de um terreiro de umbanda em Sobradinho, onde Leandro simulava “incorporações” e dizia que relações sexuais eram determinadas por entidades espirituais. Mensagens obtidas pela columnNa Mira mostram “filhos de santo” enviando recados ameaçadores às vítimas.

Veja exemplos das mensagens:

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Uma das mensagens mostra um dos seguidores pedindo ajuda financeira e alertando: “Cuidado, irmão, ingratidão pode fazer mal. Axé”. Outro recado sugere que entidades espirituais ajam contra uma das vítimas: “Que as falanges te quebrem. Quem vai te defender?”. Uma pessoa próxima a uma vítima pediu para ser deixada em paz, afirmando: “Você é só mais um coitado usado”. O filho de santo respondeu: “Ele mexeu com quem não devia. […] o circo está armado”.

Uma das mulheres que denunciou Leandro recebeu uma foto de um inseticida com a mensagem: “Muda o depoimento”. Ameaças também foram enviadas a familiares das vítimas, com um filho de santo argumentando que estavam prejudicando “uma pessoa de bem”.

Apoio de seguidores

Pelo menos duas das cinco vítimas disseram que Leandro está recebendo suporte de seguidores, formando um grupo de cerca de 20 pessoas que estariam ajudando em sua fuga e intimidando as vítimas. O delegado Hudson Maldonado, da 13ª Delegacia de Polícia, informou que algumas vítimas relataram estar sendo seguidas por veículos.

“Dar fuga à pessoa foragida é crime de favorecimento pessoal, com pena de até seis meses de prisão. Ameaçar vítima com processo em curso é delito de coação no curso do processo, com pena de até seis anos de reclusão”, explicou o delegado.

Maldonado confirmou que os seguidores também podem ser responsabilizados por associação criminosa se estiverem ajudando Leandro. A 13ª DP está investigando o caso e já possui dados de vários suspeitos.

Denúncias

A Justiça expediu a prisão preventiva de Leandro, mas ele conseguiu fugir após as denúncias. As vítimas, que têm entre 17 e 30 anos, relataram que os abusos ocorreram entre maio de 2024 e junho deste ano, em um ambiente onde buscavam acolhimento espiritual. Ele costumava convidar mulheres para passar o fim de semana no terreiro, onde estabelecia um clima de confiança.

Falsa incorporação

Durante os abusos, Leandro alegava estar possuído pela entidade Zé Pelintra e dizia que os atos eram necessários para processos espirituais de “cura” ou “libertação energética”. Todas as vítimas relataram um padrão comum: manipulação emocional e isolamento em rituais que as deixavam vulneráveis.

Uma das mulheres contou que Leandro dizia que um orixá a havia escolhido e que o ato sexual era um canal de energia. Ele costumava oferecer bebidas às mulheres, que, após consumi-las, apresentavam sintomas estranhos, como cólicas e sangramentos. Uma jovem descreveu um episódio em que acordou com o pai de santo nu sobre ela, sendo impedida de gritar por ele. Leandro a ameaçou, dizendo que, caso contasse a alguém, seu irmão sofreria as consequências. O ciclo de abusos continuou por semanas.

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