A COP30, que acontecerá em Belém (PA) em novembro, enfrenta novas críticas a respeito de sua organização. O representante do Panamá na conferência, João Monterrey, levantou preocupações sobre os altos preços de hospedagem na capital paraense. Segundo Monterrey, os tarifários estão muito acima do padrão estabelecido pela ONU para eventos dessa magnitude, o que pode prejudicar a presença de países em desenvolvimento.
Monterrey ressaltou que a situação “faz os países parecerem tolos” diante dos valores exorbitantes cobrados. Ele formalizou um pedido para a reavaliação da sede do evento, já que mais de 70% das delegações internacionais ainda não conseguiram garantir suas acomodações em Belém devido aos custos, que chegam a ser quatro vezes mais altos que o normal. Essa realidade, segundo ele, contraria os princípios do multilateralismo e do acesso igualitário às negociações climáticas, especialmente num momento em que as nações mais pobres são as mais afetadas pelas mudanças climáticas.
O governo brasileiro, através do Itamaraty e do Ministério do Meio Ambiente, já se manifestou em resposta às críticas, assegurando que a conferência não será transferida para outro local. Em nota, foi enfatizado que os investimentos em infraestrutura, transporte e segurança para o evento são significativos, e que Belém está pronta para receber as mais de 190 delegações. Contudo, o governo descartou a possibilidade de subsídios diretos para as diárias de hospedagem.
Em um encontro recente com o presidente da Nigéria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou a importância da participação dos países africanos no evento, destacando a necessidade urgente de mecanismos de financiamento para a proteção das florestas. “Espero contar com a expressiva participação dos países africanos na COP30”, disse Lula, ressaltando que os instrumentos internacionais atualmente disponíveis são insuficientes para a proteção efetiva das florestas e de suas comunidades.
A situação da hospedagem na COP30 gerou um debate acalorado sobre a acessibilidade e o futuro das negociações climáticas. Como você vê esta questão? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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