Antes de Jean Lucas, Nadgol foi o último jogador de clube baiano na Seleção; relembre a trajetória

Heurelho Gomes; Maicon, Luisão, Alex e Adriano; Paulo Almeida, Diego Ribas, Kaká e Júlio Baptista; Nilmar e Robinho. Esses foram os jogadores da Seleção Brasileira na semifinal da Copa Ouro de 2003, contra os Estados Unidos. O torneio, realizado no México, era uma preparação para os Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Esse jogo ficou marcado como a última vez que um atleta de um clube da Bahia jogou pela Seleção.

O jogador em questão é Nádson Rodrigues, conhecido como “Nadgol”, que na época era atacante do Vitória. Natural de Serrinha, Nádson foi revelado pelo clube em 2001 e teve uma temporada inesquecível em 2003, quando marcou 30 gols e chamou a atenção do técnico Ricardo Gomes.

“É uma história que ninguém vai apagar. É algo que levamos para a vida. Sempre que há convocação, meu nome vai estar lá. Minha foi em 2003, um ano espetacular. Eu estava subindo para o profissional e fui artilheiro em todas as competições”, relembrou Nádson em entrevista.

“Sai do Vitória campeão baiano de juniores, depois campeão do Nordeste e campeão baiano profissional. Consegui a artilharia da Copa do Brasil e ainda brigava pela artilharia do Campeonato Brasileiro. Em seis meses, fiz 30 gols. Isso é para poucos, principalmente com 18 anos. Foi um ano memorável e a convocação para a Seleção é o auge de qualquer atleta”, completou.

Na Copa Ouro, Nádson estreou na fase de grupos contra o México, no dia 11 de julho, substituindo Júlio Baptista aos 82 minutos, mas não conseguiu evitar a derrota por 1 a 0. Na semifinal, contra os Estados Unidos, entrou aos 81 minutos e participou do lance que resultou no pênalti convertido por Diego Ribas na prorrogação. Kaká havia empatado o jogo no tempo normal.

Na final, novamente contra o México, Nádson não entrou em campo e viu o Brasil perder por 1 a 0 na prorrogação, encerrando seu ciclo pela Seleção.

“Quando alguém vai para a Seleção, vai todo o elenco, todo o staff que te apoia. Na Seleção, o ambiente e os treinamentos são diferentes, é o topo. Estar ao lado de jogadores que só vi em videogame é surreal”, contou.

Foto: Divulgação

Em 2003, Nádson teve atuações marcantes. Em um clássico Ba-Vi, virou o jogo ao marcar três gols. Contra o Palmeiras, balançou a rede quatro vezes na histórica goleada por 7 a 2, pela Copa do Brasil. No total, marcou 45 gols no ano, ajudando financeiramente o clube com sua venda para o Suwon Bluewings, e se consolidou como ídolo do Vitória.

Embora não tenha ganhado a Bola de Prata, Nádson integra a lista dos atletas nordestinos convocados para a Seleção, junto a nomes como Leomar, Dudu Cearense e Diego Souza, e mais recentemente, Jean Lucas.

“Para minha cidade, Serrinha, é motivo de orgulho ter um filho da terra convocado. Poucos nordestinos tiveram essa chance na história da Seleção. Por isso, temos que valorizar essa história”, acrescentou.

TABU DE JEAN LUCAS
Mesmo sendo ídolo do Vitória, Nádson celebrou a convocação de Jean Lucas, agora pelo Bahia. O ex-atacante também vestiu a camisa tricolor em 2009.

“É importante. Ele está jogando bem, é um volante forte e versátil. O Bahia está fornecendo mais um atleta à Seleção, o que representa muito para o Nordeste. Espero que ele tenha a chance de entrar em campo e represente nosso povo. Essa experiência vai ajudar Jean Lucas a evoluir ainda mais”, avaliou.

Jean Lucas se apresenta na Granja Comary, em Teresópolis, no dia 1º de setembro, para a preparação dos jogos contra Chile (4) e Bolívia (9), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Outro jogador do Bahia também está chamando atenção: Luciano Juba, que se destacou em 2025 com gols e assistências. Após a vitória sobre o Fluminense, o treinador Rogério Ceni reforçou a expectativa de uma futura convocação.

“Ele está jogando muito, cresceu desde nossa chegada. Escutem: teremos um segundo jogador convocado para a Seleção Brasileira neste ano”, projetou Ceni.

Foto: Maurícia da Matta/Bahia Notícias