A Volkswagen do Brasil anunciou que irá recorrer da condenação imposta pela Vara do Trabalho de Redenção, no Pará. A decisão, divulgada na última sexta-feira (29), determina que a montadora pague R$ 165 milhões em indenizações por ter submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão na fazenda Vale do Rio Cristalino, entre 1974 e 1986.
Durante esse período, os funcionários enfrentaram servidão por dívida e vigilância armada, além de viverem em condições degradantes. Especialistas indicam que este é o maior valor já registrado no Brasil em um caso desse tipo.
A fazenda, adquirida na década de 1970, foi parte de um projeto do governo militar para expandir a pecuária na região amazônica. A montadora afirmou que sua filial continuará a buscar justiça nas instâncias superiores e destacou seu compromisso com os direitos trabalhistas, afirmando que respeita rigorosamente todas as leis aplicáveis.
Além da indenização, a decisão também determina que a Volkswagen reconheça publicamente sua responsabilidade pelos abusos e peça desculpas às vítimas. O juiz Otavio Bruno da Silva Ferreira ressaltou que as evidências demonstram que a empresa não apenas investiu na fazenda, mas também beneficiou-se da exploração ilícita da mão de obra.
Relatos de ex-trabalhadores, como o de José Pereira, evidenciam a gravidade das situações enfrentadas. Ele contou que os guardas perseguiam quem tentava escapar e que a violência era uma constante. A Volkswagen começou a reduzir gradualmente suas atividades na fazenda a partir de 1986, encerrando-as definitivamente.
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