Governança e Desenvolvimento: Entre a liderança e o poder sem integridade – o risco da autoridade sem propósito

Publicado:

Quando a autoridade se afasta de um propósito claro, ela perde legitimidade e pode se transformar em mera imposição. Em um cenário de crise institucional e desconfiança, a pergunta que se impõe é: qual o verdadeiro objetivo do poder?

Aqui, falamos não de poder abstrato, mas da influência exercida por líderes em empresas, governos e organizações. É essencial entender como essa autoridade é utilizada e quais valores a sustentam.

Sem um propósito coletivo, a liderança corre o risco de se desconectar da ética, resultando em práticas abusivas e desumanizantes. Uma hierarquia que age sem integridade não só perde sua legitimidade, mas também fragiliza relações organizacionais e alimenta ambientes tóxicos.

A falta de integridade, quando presente em líderes, não é um problema apenas individual, mas se torna parte da cultura institucional. Isso pode gerar um ambiente que naturaliza o assédio e o medo, transformando o poder em uma ferramenta de controle.

Líderes sem propósito não motivam ou inspiram; eles preservam sistemas focados em interesses pessoais. O que deveria ser liderança se reduz a uma mera manutenção de status e controle.

A verdadeira liderança exige mais do que ocupar um cargo; ela requer visão, responsabilidade e um compromisso com o serviço ao próximo. Sem isso, surgem ambientes que minam a confiança e desencorajam a diversidade de ideias.

Nesse contexto, a integridade se destaca como um pilar essencial. Mais do que um valor ético, ela precisa ser parte da cultura operacional, uma ferramenta ativa contra o assédio moral e a negligência. Essa urgência é ainda maior frente às diretrizes da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que enfatiza a gestão de riscos ocupacionais e bem-estar no trabalho.

A NR-1 reconhece que o ambiente de trabalho pode ser prejudicial à saúde. Assédio dissimulado e pressões hierárquicas desenfreadas precisam ser monitorados e prevenidos. Portanto, a integridade se torna uma exigência legal e uma estratégia fundamental.

Organizações que permitem comportamentos abusivos em nome da performance comprometem sua sustentabilidade. A lealdade pessoal muitas vezes substitui o mérito, e a obediência se sobrepõe ao debate saudável. Isso transforma a governança em um escudo para interesses pessoais, enquanto a ética se reduz a um discurso vazio.

A confiança é o primeiro ativo que se perde nesse cenário. Sua ausência afeta a cultura interna, a reputação e o vínculo social das instituições. Reconstruir essa confiança requer não apenas comunicação, mas também ação, coerência e coragem.

É possível quebrar esse ciclo. É fundamental repensar o papel da autoridade. O poder não deve ser visto como uma recompensa pessoal, mas como uma responsabilidade pública. A liderança precisa se focar em transformação e não em autopreservação.

Liderar é, em essência, resistir ao culto do ego. O Brasil necessita urgentemente de líderes que entendam que a verdadeira autoridade surge do compromisso com o coletivo e com a integridade em cada decisão. Servir com ética é a mais alta expressão de poder.

E você, o que pensa sobre a relação entre liderança e integridade? Compartilhe suas ideias e vamos juntos discutir a importância de líderes comprometidos com o bem comum.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Empresa de obras suspeitas do agro de SP tem histórico de corrupção

Uma empresa envolvida em obras suspeitas da Secretaria da Agricultura de São Paulo apresenta um histórico preocupante de corrupção. Nos últimos três anos,...

Advogado de Marcela Tomaszewski revela próximos passos da denúncia

Na próxima segunda-feira, 26 de outubro, o advogado de Marcela Tomaszewski, Diego Candido, terá um dia intenso. Em uma conversa exclusiva, ele compartilhou...

Advogado da ex de Dado Dolabella confirma término e agressões do ator

O advogado de Marcela Tomaszewski, ex-namorada de Dado Dolabella, confirmou que a modelo foi agredida física e verbalmente pelo ator. A defesa de...