O cineasta Silvio Tendler faleceu aos 75 anos nesta sexta-feira, 5 de setembro. Ele enfrentava uma neuropatia diabética e foi vítima de uma infecção generalizada. A informação foi divulgada pela sua produtora, Caliban Produções Cinematográficas. Em um tributo nas redes sociais, a produtora destacou a trajetória de Silvio: “Hoje, a Caliban se despede de seu fundador, o documentarista, utopista e admirador da vida. Ele deixa uma filha, um neto, mais de cem obras e a semente da justiça social plantada em todos nós”.
Silvio nasceu em 1950 e teve uma carreira marcante no cinema brasileiro, sendo conhecido como “o cineasta dos sonhos interrompidos”. Ele começou sua trajetória no cinema ainda jovem, em meados da década de 1960, e em 1968 foi presidente da Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro. Ao longo dos anos, destacou-se através de filmes biográficos sobre figuras importantes da história e política do Brasil, acumulando mais de uma centena de obras.
Seu primeiro filme, sobre a Revolta da Chibata, surgiu quando ele ainda era assistente de direção e, em 1969, iniciou o curso de Direito na PUC Rio. No entanto, exilou-se no Chile em 1970, dedicando-se ao cinema. Dois anos depois, foi para Paris, onde aprimorou seus conhecimentos em cinema documental.
Silvio retornou ao Brasil em 1976 e produziu seu primeiro grande sucesso, Os Anos JK – Uma Trajetória Política, em 1980. Ele também lecionou Cinema e História na PUC Rio. Em seguida, lançou outros dois documentários notáveis: O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981) e Jango (1984).
Em 1986, Silvio foi um dos fundadores do Novo Cinema Latino-americano e, ao longo das décadas seguintes, produziu filmes sobre temas importantes do país, como a bacia do Rio Doce e figuras como Glauber Rocha e Tancredo Neves. Ele também ocupou o cargo de Secretário de Cultura e Esporte do Distrito Federal entre 1995 e 1996 e foi premiado com a Medalha JK do Ministério da Cultura em 2003.
Com mais de 60 prêmios ao longo da carreira, Silvio é responsável pelas três maiores bilheteiras do documentário brasileiro: Os Anos JK, O Mundo Mágico dos Trapalhões e Jango. Seu acervo pessoal possui mais de 80 mil títulos sobre a história do Brasil e do mundo.
Ele deixa uma filha, Ana Rosa Tendler, um neto e sua esposa, Fabiana Versasi. O velório será no domingo, dia 7, às 11h, no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro.
Silvio Tendler deixou uma marca indelével no cinema brasileiro. Como você se sentiu ao ouvir a notícia de sua partida? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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