Os Correios anunciaram um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025. Esse resultado representa um aumento de 222% em comparação ao prejuízo de R$ 1,35 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre de 2025, o rombo chegou a R$ 2,64 bilhões, um aumento quase cinco vezes maior em relação aos R$ 553 milhões do ano anterior.

A receita líquida também caiu, de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões neste ano. Além disso, as despesas gerais e administrativas saltaram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões, enquanto as despesas financeiras subiram de R$ 3,09 milhões para R$ 673 milhões.

Os custos com produtos e serviços prestados aumentaram de R$ 7,8 bilhões para R$ 7,9 bilhões. Segundo a empresa, as dificuldades financeiras são reflexo de fatores externos que afetam a geração de receitas. Uma das principais causas sistêmicas mencionadas é a significativa retração do segmento internacional, com mudanças regulatórias que impactaram a quantidade de postagens e aumentaram a concorrência.

Em resposta à crise, os Correios implementaram um plano de contingência focado na diversificação de serviços e na expansão do negócio. A companhia está investindo em um marketplace próprio e já recebeu uma linha de crédito de R$ 4 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento para modernização e melhorias operacionais.

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, também destacou a necessidade de cortes de custos e aumento de receitas para reverter a situação. Ela reconheceu que os Correios perderam o monopólio nas entregas, mas ainda têm a obrigação de manter os serviços em áreas remotas.

Para lidar com o cenário atual, a empresa se comprometeu a economizar R$ 1,5 bilhão até o final de 2025, com a implementação de um Plano de Desligamento Voluntário, visando reduzir os gastos. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, que pediu demissão em julho, continua no cargo até que um novo substituto seja definido, uma situação sem precedentes na história da empresa.

Desde 2022, os Correios vêm enfrentando prejuízos crescentes, começando com R$ 767 milhões em 2022, que caiu para R$ 596 milhões em 2023. O desastre financeiro de 2024 chegou a R$ 2,59 bilhões e, neste primeiro semestre, pulou para impressionantes R$ 4,37 bilhões.

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