A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou uma reunião no Palácio do Planalto para esta segunda-feira (9). O encontro reúne ministros de partidos do Centrão, com o objetivo de articular estratégias para barrar um projeto de lei que propõe anistia a investigados pelos eventos do dia 8 de janeiro.
Participarão do encontro representantes do MDB, PP, União Brasil, PSD e Republicanos, além de ministros de partidos da base de esquerda, como PT, PSB e PDT. Também foram convidados os líderes do governo no Congresso, pois a expectativa é reforçar a atuação dos auxiliares junto às bancadas na Câmara e no Senado.
Nos últimos dias, a pressão para a aprovação do projeto aumentou na Câmara. Essa proposta poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, anulando possíveis condenações relacionadas à tentativa de golpe.
Entre os partidos do Centrão, PP, União Brasil e Republicanos já manifestaram apoio ao projeto e têm maioria a favor. No PSD, o cenário é dividido, com parte dos integrantes contra e outra a favor. No MDB, a direção nacional é resistente, mas algumas lideranças, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste, defendem a aprovação.
O PL busca ir além e reverter a inelegibilidade de Bolsonaro. Contudo, setores do Centrão acreditam que o esforço deve se concentrar apenas em impedir condenações sobre a tentativa de golpe, deixando de lado o debate sobre os direitos políticos do ex-presidente.
Diante desse cenário, o governo planeja usar a influência dos ministros para diminuir o apoio ao projeto. A expectativa é que, por serem ex-parlamentares ou terem boas relações com as bancadas, eles ajudem a frear os votos favoráveis, que poderiam acelerar a votação.
Fontes do governo reconhecem, em reserva, que há um ambiente favorável à anistia no Congresso. Para evitar uma derrota, o Planalto precisaria dar respostas políticas, como acelerar a liberação de emendas parlamentares, a fim de acalmar a base.
Além da anistia, a reunião também abordará outras prioridades do governo para este semestre. Entre elas estão a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a PEC da Segurança Pública e medidas provisórias que estão à beira de caducar. Apesar disso, a anistia deve ser o tópico principal das discussões.
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