França julga médico acusado de envenenar 30 pacientes

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Um médico anestesista francês, Frédéric Péchier, enfrenta julgamento nesta segunda-feira em Besançon, após ser acusado de envenenar 30 pacientes durante cirurgias, resultando em 12 mortes. O tribunal de júri dará seu veredito em 19 de dezembro.

Péchier, de 53 anos, é alvo de mais de 150 processos, com a participação de cerca de cinquenta advogados de vítimas presumidas. Os casos envolvem pacientes com idades entre quatro e 89 anos, afetados entre 2008 e 2017 em duas clínicas privadas.

Após oito anos de investigações, o anestesista chegou ao tribunal vestido de forma casual, visivelmente abalado, mas recebeu apoio de amigos e familiares, com um deles gritando palavras de encorajamento ao vê-lo.

Considerado o “denominador comum” dos envenenamentos, Péchier é acusado de ter administrado substâncias letais que causaram paradas cardíacas, muitas vezes reanimando os pacientes logo em seguida. Ele sempre declarou sua inocência e, se condenado, poderá pegar pena de prisão perpétua. Desde o início da investigação, ele permaneceu em liberdade sob controle judicial, e em 2023 recebeu autorização para exercer sua profissão sob condições restritas.

Investigação e defesa

Péchier compartilhou sua apreensão sobre o julgamento, mas se mostrou confiante em seus argumentos. Ele reconheceu o sofrimento das famílias, mas afirmou que não se considera responsável por isso. Seu advogado, Randall Schwerdorffer, argumenta que esta é a primeira vez que o anestesista pode se defender adequadamente, após uma investigação que sempre o considerou culpado.

Entre os casos que serão analisados, destaca-se o de Sandra Simard, que sobreviveu a uma parada cardíaca durante uma cirurgia em janeiro de 2017, onde uma dose letal de potássio foi encontrada. Outra vítima, Jean-Claude Gandon, também conseguiu ser reanimado após ser anestesiado por Péchier, sendo um dos primeiros casos a levantar suspeitas.

As alegações incluem que o anestesista teria envenenado pacientes saudáveis para prejudicar colegas com quem tinha conflitos, demonstrando suas habilidades de reanimação em seguida. O procurador destaca que ele era um profissional habilidoso e usava diferentes venenos para evitar levantar suspeitas.

Em um livro recente, publicado antes do início do julgamento, a jornalista Plana Radenovic explora a estratégia de defesa, que visa mostrar a falta de provas concretas contra o anestesista.

O caso, que está em andamento, promete revelar detalhes chocantes e intrincados, refletindo o intenso conflito de interesses dentro do ambiente hospitalar. O que você pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.

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