A Polícia Federal (PF) investiga um possível esquema de corrupção na Educação do Maranhão envolvendo o ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil, que atualmente é secretário de Agricultura, e sua namorada, a deputada estadual Daniella Jadão Cunha (PSB). Ambos desempenharam papéis fundamentais na realização de contratos suspeitos.
O caso veio à tona em janeiro de 2022, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu R$ 575 mil em um veículo Toyota Corolla, sob responsabilidade de intermediários do suposto esquema. Desde então, as investigações resultaram na operação chamada Lei do Retorno, que busca entender um esquema que causou cerca de R$ 50 milhões em perdas ao erário público.
A PF relata que essa organização criminosa não apenas desviou recursos da educação em Caxias, mas também atuou em diversos municípios do Maranhão. Fábio Gentil e Daniella estão entre os principais suspeitos. O relatório da PF indica que o dinheiro apreendido seria repassado a um servidor de Caxias para ser entregue a eles, evidenciando claramente o fluxo de propina relacionado às contratações de empresas envolvidas.
Curiosamente, o carro onde o dinheiro foi encontrado pertence à mãe da deputada, e um dos transportadores é seu tio. Além disso, o pai de Daniella também se beneficiou do esquema, recebendo R$ 170 mil em repasses, que foram fracionados para diferentes contas.
Mensagens reveladoras
Além das provas em dinheiro, as investigações apontam que houve replicação do esquema em outros municípios. Entre 2017 e 2021, uma empresa suspeita recebeu quase R$ 27 milhões em contratos com diversas prefeituras.
Durante a apreensão, os celulares dos investigados foram coletados, revelando diálogos que indicam a suposta intermediação de Daniella para a contratação de empresas. Mensagens mostram conversas que sugerem a divisão de propinas em relação a contratos específicos.
Um diálogo entre um funcionário da prefeitura e um dos transportadores, por exemplo, revela que o funcionário estava aguardando a entrega do dinheiro. Outro conversa sugere um percentual de 15% do valor do contrato a ser destinado à deputada, apontando ainda para um relacionamento próximo entre os envolvidos.
Fraudes em contratos
A PF afirma que os contratos em Caxias foram direcionados pelo então prefeito Fábio Gentil, em conluio com servidores públicos municipais. As propostas eram apresentadas antes da formalização de Termos de Referência, facilitando a montagem de processos fraudulentos de licitação.
As informações coletadas indicam que Fábio e os demais envolvidos criaram uma rede de corrupção sofisticada, envolvendo a elaboração de documentos que disfarçavam as verdadeiras intenções.
Posicionamento dos investigados
Fábio Gentil negou qualquer participação nas irregularidades e destacou que está colaborando com as investigações. Ele expressou confiança no trabalho da PF e da Justiça Federal, afirmando que sua inocência será demonstrada no fim do processo.
Daniella também se defendeu, chamando as alegações da PF de absurdas e afirmando que não existem provas que corroboram qualquer ilação sobre sua conduta. Ela manifestou sua confiança nas instituições e na justiça, reafirmando seu compromisso com a legalidade.
Este caso coloca mais uma vez em pauta a questão da corrupção no setor público, e a população de Caxias está atenta ao desenrolar das investigações. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe suas opiniões nos comentários.
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